quinta-feira, 16 de maio de 2024

ENVIAI O VOSSO ESPÍRITO, SENHOR, E DA TERRA TODA A FACE RENOVAI!

 Missa de Pentecostes. Palavra de Deus: Atos dos Apóstolos 2,1-11; 1Coríntios 12,3b-7.12-13; João 15,26-27; 16,12-15.

 

                Todos os textos bíblicos da festa de hoje – Pentecostes (cinquenta dias após a Páscoa) –, nos remetem para a pessoa do Espírito Santo de Deus. O que a água é para as plantas, o que o ar é para tudo o que vive e que respira, assim o Espírito Santo é para nós: absolutamente necessário. “Se tirais o seu respiro, elas perecem e voltam para o pó de onde vieram. Enviais o vosso espírito e renascem e da terra toda a face renovais” (Sl 104,29-30); “Sem a luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele” (Sequência de Pentecostes).

            Jesus já havia comparado o Espírito de Deus ao vento: você não o vê, mas sente os seus efeitos (cf. Jo 3,8). Desse modo, nós vemos o Espírito Santo capacitar os discípulos a anunciar o Evangelho na língua de cada povo: “Todos nós os escutamos anunciarem as maravilhas de Deus na nossa própria língua!” (At 1,11). Toda pessoa que se deixa conduzir pelo Espírito de Deus comunica amor, esperança, palavras que favorecem o perdão e a reconciliação, palavras que derrubam muros e constroem pontes, transformando a divisão em comunhão, o distanciamento em aproximação, o desentendimento em compreensão.

            As línguas de fogo que o Espírito Santo derramou sobre os discípulos no dia de Pentecostes questionam não somente as palavras que saem diariamente da nossa boca, mas, sobretudo, aquelas que enviamos diariamente pelas redes sociais. São palavras que edificam, que favorecem a unidade, que constroem fraternidade, que transmitem fé e esperança, ou são palavras que abrem feridas, que levantam muros de inimizade, que alimentam distanciamento e separação entre as pessoas? As palavras que comunicamos em casa ou no ambiente de trabalho têm provocado aproximação ou distanciamento; elas favorecem a paz ou alimentam a guerra entre nós?  

Ao falar da presença do Espírito Santo na Igreja, o apóstolo Paulo deixa claro que ninguém tem todos os dons do Espírito Santo, assim como ninguém está privado de todo e qualquer dom: “A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum” (1Cor 12,7). Onde está o Espírito Santo, ali está o interesse pelo bem comum. Em outras palavras, quando nos fechamos em nós mesmos e não colaboramos pelo bem comum – família, local de trabalho, igreja, sociedade humana – significa que não estamos nos deixando conduzir pelo Espírito Santo, mas pelo nosso próprio ego, que pensa somente em si e jamais no bem comum. Portanto, o apóstolo Paulo deixa claro que o Espírito Santo nunca nos é dado para a promoção de nós mesmos, para a nossa vaidade ou para que nos sintamos melhores do que os outros, mas para que abracemos uma causa que vise o bem comum, o bem de todos os que estão à nossa volta.   

A palavra de ordem do nosso tempo é “diversidade”. Em nome do respeito à diversidade, somos proibidos de manifestar nossas opiniões para não “ferir” quem pensa diferente de nós. Ora, “há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos” (1Cor 12,5-6). O respeito à “diversidade” não pode se tornar uma justificativa para não nos esforçarmos em trabalhar pela unidade, seja da família, seja do local de trabalho, seja da Igreja, seja da sociedade humana. Paulo repetiu por três vezes a expressão “um mesmo”. Independente da diversidade que marca a cultura moderna, “todos somos irmãos” (cf. Mt 23,8), como nos lembrou a Campanha da Fraternidade deste ano; todos estamos no mesmo barco; todos habitamos no mesmo planeta; todos temos um só Deus por Pai, um só Salvador – Jesus Cristo – e somos animados por um só Espírito. Se é obra do espírito diabólico dividir, é obra do Espírito de Deus unir. Neste sentido, não existe neutralidade: ou somos cristãos movidos por um espírito diabólico, ou movidos pelo Espírito de Deus, o qual trabalha sempre pela unidade.    

Jesus entende o Espírito Santo como nosso Defensor. Não é função do Espírito Santo nos defender daquilo que somos chamados a enfrentar, em vista da nossa cura, da nossa conversão e do nosso crescimento. Também não é função do Espírito Santo nos defender do mundo, mas justamente o contrário: nos encorajar para testemunharmos o Evangelho justamente num mundo contrário aos valores do Evangelho. Se há algo em relação ao qual o Espírito Santo deseja nos defender é em relação ao medo, à covardia, à acomodação, ao fechamento sobre nós mesmos e à indiferença para com o que acontece à nossa volta.

Além de chamar o Espírito Santo de nosso “Defensor”, Jesus o chama também de “Espírito da Verdade”. O nosso Deus é “o Deus da Verdade” (cf. Is 65,16); o próprio Jesus declarou ser “a Verdade” (Jo 14,6); portanto, o Espírito do Pai e do Filho só pode ser “o Espírito da Verdade” (Jo 16,13). Se a Verdade cura, a mentira adoece; se a Verdade liberta, a mentira nos mantém prisioneiros; se a Verdade dói, a mentira pode não doer, por nos manter anestesiados, mas ela apenas retarda o momento do encontro com a Verdade, pois Jesus nos garantiu que “não há nada escondido que um dia não venha a ser revelado” (Mt 10,26).

Para a Sagrada Escritura, encontrar-se com a verdade é sinônimo de ser salvo. De fato, Deus “quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4). Quando ignoramos a verdade passamos a vida como um elefante preso a uma estaca por uma pequena corda, o qual desconhece a própria força em romper com a corda e libertar-se da sua prisão. Inúmeras pessoas passam a vida prisioneiras do espírito da mentira – o diabo é o pai da mentira (cf. Jo 8,44) – seja por medo de romper com aquela dependência doentia, seja por ignorar a própria condição de prisioneiro(a)s. Jesus nos convida a permitir que o Espírito da Verdade nos conduza para fora das mentiras do mundo, e nos faça homens e mulheres verdadeiramente livres.

            Neste dia de Pentecostes, recordemos a promessa de Jesus: “O Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem” (Lc 11,13). Peçamos ao Pai que derrame o Espírito Santo sobre toda carne, sobre todo ser humano, sobre tudo o que precisa ser curado, liberto, transformado e salvo na face da terra, no coração da criação e, principalmente, no coração de cada ser humano.

 

Pe. Paulo Cezar Mazzi  

sexta-feira, 10 de maio de 2024

RECUPERAR O ENDEREÇO DO CÉU

 Missa da Ascensão do Senhor. Palavra de Deus: Atos dos Apóstolos 1,1-11; Efésios 1,17-23; Marcos 16,15-20.

 

Celebramos hoje a Ascensão, a subida de Jesus ao céu. Deus Pai “manifestou sua força em Cristo, quando o ressuscitou dos mortos e o fez sentar-se à sua direita nos céus” (Ef 1,20). Diante desta revelação bíblica, fica a pergunta: O que é mais importante para nós, discípulos de Jesus: tê-lo junto a nós, na terra, ou tê-lo junto ao Pai, no céu? Aparentemente, o mais importante seria ter Jesus conosco na terra. No entanto, para nós é muito mais importante que Jesus esteja junto ao Pai no céu, como Ele mesmo afirmou: “É do interesse de vocês que eu parta (para o céu), pois, se eu não for, não virá a vocês o Espírito Santo. Se eu for (para o céu), o enviarei a vocês” (Jo 16,7). Portanto, a celebração da Ascensão (subida ou elevação) de Jesus ao céu nos remete diretamente para a festa que celebraremos no próximo domingo: Pentecostes, o derramamento do Espírito Santo!

 

A importância de Jesus subir ao céu e não permanecer conosco fisicamente na terra aparece também em dois textos da carta aos Hebreus: Cristo “é capaz de salvar definitivamente aqueles que, por meio dele, se aproximam de Deus, visto que ele vive para sempre para interceder por eles” (Hb 7,25); “Cristo... entrou no próprio céu, a fim de comparecer, agora, diante da face de Deus a nosso favor” (Hb 9,24). Eis o motivo da nossa alegria e da nossa esperança na subida de Jesus ao céu: Ele está lá diante do Pai intercedendo por nós; está lá em nosso favor, para nos salvar definitivamente, colocando-nos no coração do Pai!

 

Há algo que precisa ser esclarecido para nós: a nossa compreensão do que seja o céu. Embora o céu, materialmente falando, esteja infinitamente distante da terra, o fato de Jesus “subir ao céu” significa não um distanciamento infinito de nós, mas uma extensão do seu poder sobre toda a terra e sobre todo ser humano. Aquele que está no céu tem poder sobre todos os poderes que atingem os seres humanos na terra. Exatamente por isso, Jesus afirmou aos seus discípulos, antes de subir ao céu: “Todo poder me foi dado no céu e sobre a terra” (Mt 28,18). Isso significa que nada do que nos atinge na terra está acima do poder de Jesus de nos salvar. Nenhuma força terrena está acima da força redentora de Jesus, a quem o Pai concedeu o poder sobre todo ser humano (cf. Jo 17,2)!

 

No domingo de Páscoa, o apóstolo Paulo nos convidou a “buscar as coisas do alto onde Cristo está sentado à direita do Pai” (Cl 3,1). Em qual momento do nosso dia a dia nós nos voltamos para o céu ou nos ocupamos com “as coisas do alto”? Quantos de nós, apesar de nos considerarmos cristãos, vivemos na prática como homens e mulheres meramente mundanos? Quem de nós se lembra do céu? Quem de nós tem consciência de que não é um cidadão do mundo, mas um cidadão do céu? Quem de nós se recorda dessa Palavra: “A nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos ansiosamente como Salvador o Senhor Jesus Cristo, que transfigurará nosso corpo humilhado, conformando-o ao seu corpo glorioso, pela força que lhe dá poder de submeter a si todas as coisas” (Fl 3,20-21)?

 

Os Atos dos Apóstolos nos afirmaram: “Esse mesmo Jesus que vos foi levado para o céu, virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu” (At 1,11). Essa verdade deve estar no horizonte da nossa existência humana. Nossa vida caminha para o encontro definitivo com o nosso Salvador! Nosso corpo, exposto a tudo aquilo que fere o nosso mundo, está destinado a ser transformado num corpo glorioso no céu. Enquanto cristãos, nós somos membros do Corpo de Cristo, que é a Igreja, cuja Cabeça já se encontra no céu e cujos membros do Corpo estão igualmente destinados ao céu. É por isso que nossa Igreja afirmou, na oração inicial: “Ó Deus todo-poderoso, a Ascensão do vosso Filho, já é nossa vitória... Membros de seu Corpo, somos chamados na esperança a participar da sua glória”.

 

São muitas as pessoas do nosso tempo cuja vida perdeu o horizonte. Tornou-se uma vida sem esperança, “uma terra que perdeu de vista o céu”, uma vida incapaz de transcendência. É daí que nasce a nossa missão. Antes de subir ao céu, Jesus confiou uma missão aos seus discípulos: serem suas testemunhas em todos os lugares, em todos os tempos, a todas as pessoas, até os confins da terra (cf. At 1,8): “Vão pelo mundo inteiro e anunciem o Evangelho a toda criatura!” (Mc 16,15). O Evangelho que somos chamados a anunciar deve sê-lo com a nossa vida, com a nossa conduta, antes de mais nada; se for preciso, usaremos de palavras, como disse São Francisco de Assis. O Evangelho que somos chamados a anunciar é, segundo o apóstolo Paulo, “força de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1,16). O Evangelho que temos a missão de anunciar não é um texto bíblico, mas uma Pessoa: Jesus Cristo, crucificado e ressuscitado, perdão para quem está no pecado, cura para quem está enfermo; luz para quem está no escuro; libertação para quem está preso; ressurreição para quem está morto. Que o Espírito Santo nos capacite sempre mais para esta missão!

 

Neste dia das Mães, além de orarmos por todas as mães, colocando-as no colo de Deus - "Como a uma pessoa que a sua mãe consola, assim eu consolarei vocês" (Is 66,13) - elevamos nossa súplica por todos os atingidos pela tragédia no Rio Grande do Sul, um típico exemplo do que ocorre quando os filhos, por causa do dinheiro, matam a própria mãe (Terra). Como muito bem pontuou o jornalista ambiental André Trigueiro, "(O Governador Eduardo) Leite não tem culpa da intensidade das chuvas, mas elas encontraram caminho aberto para a destruição, a partir do afrouxamento das leis ambientais promovido por Eduardo Leite em seu primeiro ano de governo". Catástrofes ambientais não são decididas no céu, mas preparadas na terra, pela ganância dos próprios homens.

 

Pe. Paulo Cezar Mazzi

quinta-feira, 2 de maio de 2024

DO AMOR NEBLINA OU AMOR ORVALHO PARA O AMOR QUE APRENDEU A PERMANECER

 Missa do 6º dom. da Páscoa. Palavra de Deus: Atos dos Apóstolos 10,25-26.34-35.44-48; 1João 4,7-10; João 15,9-17.

            “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi” (Jo 15,16). A fé não é uma escolha nossa – “eu escolho crer em Deus” – mas uma resposta nossa a uma escolha que o Pai fez de nós na pessoa de seu Filho Jesus. “Se o Senhor vos escolheu não é por serdes o mais numeroso dos povos – pelo contrário, sois o menor dentre os povos! – e sim por amor a vós” (Dt 7,7-8). A nossa existência é uma escolha de Deus, como se Ele dissesse: “Eu quero, através da sua existência, deixar uma palavra minha para a humanidade: uma palavra de amor, para quem não se sente amado; uma palavra de esperança, para quem está desesperado; uma palavra de salvação, para quem se vê como um caso perdido”.

            O Deus que nos escolheu em seu Filho Jesus Cristo “é amor” (1 Jo 4,8). João não está afirmando simplesmente que Deus ama, mas que a essência de Deus é o amor: se Ele deixasse de amar, deixaria de existir, deixaria de ser Deus. Portanto, crer em Deus significa deixar-se amar por Ele: “Quem não ama, não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor” (1Jo 4,8). Nós experimentamos a presença de Deus em nossa vida quando nos sentimos amados, o que significa dizer também que uma pessoa que não é amada não consegue crer em Deus. Justamente porque vivemos em um mundo cada vez mais violento, desigual, individualista, onde o sentimento mais comum no coração das pessoas é a solidão, é que vemos crescer o número daqueles que deixam de acreditar na existência de Deus.

            A prova de que Deus nos ama é a pessoa de seu Filho Jesus: “Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele” (1Jo 4,9). Portanto, somente a partir de Jesus nós podemos enxergar que o amor de Deus tem pele. Dizer que o amor de Deus tem pele significa compreender que esse amor deixou-se ferir por tudo aquilo que nos fere: a maldade, o desprezo, a violência, a desumanização, a indiferença etc. O amor de Deus, o amor que é Deus, aceitou ser ferido justamente por aquele que Ele tanto ama, o ser humano, para nos lembrar de que nenhuma dor tem o poder de destruir o amor. Daí a pergunta do apóstolo Paulo: “Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a violência? (...) Mas em tudo isso somos mais que vencedores, graças àquele que nos amou” (Rm 8,35.37).

            Não são poucas as pessoas que deixaram de acreditar em Deus por causa da dor. Esse é o grande desafio para a nossa fé: o Deus que me ama é também Aquele que permite a dor em minha vida ou na vida de pessoas que eu amo, e se eu não quiser expulsar Deus para fora da minha vida, preciso olhar para a cruz de Seu Filho: se Ele não poupou seu Filho único de sofrer e morrer, por que me pouparia de sofrer, apesar de tanto me amar? A única resposta para essa absurda contradição é a maneira como o próprio Jesus entendeu a sua cruz: “Eu escolhi amar até o fim” (cf. Jo 13,1). Jesus não escolheu nos amar até se decepcionar conosco, ou até se cansar de nós, mas escolheu sustentar a sua escolha em nos amar até o fim, independente da dor que isso lhe causaria.

            Jesus, a encarnação do amor de Deus por nós, lança-nos um desafio: “Permanecei no meu amor” (Jo 15,9). Aconteça o que acontecer, mesmo que as nossas certezas mais profundas sejam abaladas e o nosso amor seja duramente ferido, devemos permanecer nos braços de Jesus, no seu colo, no seu amor, aprendendo com Ele a amar até o fim: “Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 15,12). Como foi que Jesus amou os seus discípulos? A resposta está no “Hino ao amor”, escrito pelo apóstolo Paulo: “O amor tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (cf. 1Cor 13,7). O contrário disso é o “amor neblina” ou o “amor orvalho”, incapaz de sustentar-se diante das contrariedades da vida: “O vosso amor é como a neblina da manhã, como o orvalho que cedo desaparece” (Os 6,4): basta o sol esquentar um pouco, bastam as dificuldades aparecerem, o sentimento desaparece, evapora, desfaz-se, porque não admite experimentar dor alguma.

            À igreja de Éfeso, a principal dentre as sete igrejas do Apocalipse, Jesus disse: “Eu te reprovo por teres abandonado teu primeiro amor. Recorda-te, pois, de onde caíste, converte-te e retoma a conduta de antes” (Ap 2,4-5). O nosso primeiro amor é o Pai que nos escolheu e nos amou em seu Filho Jesus Cristo: “Não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados” (1Jo 4,10). Quem escolhe sair das mãos do Pai para buscar experiências mundanas de amor acabará por ferir a si e aos outros de uma maneira irreparável. Só quem permanece no primeiro amor se tornará capaz de amar até o fim e não terá o sentido da sua vida queimado e destruído pelo calor intenso do sol das paixões desordenadas, inconsistentes como a neblina e insustentáveis como o orvalho.

 

Pe. Paulo Cezar Mazzi