Missa de Ano Novo – Maria, mãe de Deus. Dia
mundial da Paz e da Fraternidade universal. Palavra de Deus: Números 6,22-27;
Gálatas 4,4-7; Lucas 2,16-21.
Nós sempre iniciamos o ano com
alguma expectativa. Suas expectativas se concretizaram, ao longo deste ano que
termina? Que sentimento o(a) acompanha neste final de ano: Gratidão? Louvor?
Frustração? Raiva? Considerando as palavras: “... já não és escravo, mas filho”
(Gl 4,7), você viveu este ano como escravo(a) ou como filho(a)?
Seria bom que, antes de passarmos de um ano para
outro, fizéssemos uma avaliação sobre como foi o ano que está terminando. Mas,
como avaliar se ele foi bom? Muitos o avaliam a partir da sua conta bancária,
do crescimento da sua empresa, da condição em que se encontra a sua vida afetiva
etc.: se você termina o ano com mais dinheiro do que quando começou, ou com a
pessoa amada ao seu lado, então o ano foi bom; caso contrário, você o avalia
como ruim. Porém, como cristão, você tem outro critério para avaliar o ano que
termina. Pergunte-se: eu terminei este ano mais aberto(a) ou mais fechado(a) à
vontade de Deus?
Antes de virar a página, de trocar de
calendário, olhe para a atitude de Maria: “Quanto a Maria, guardava todos esses
fatos e meditava sobre eles em seu coração” (Lc 2,19). Na música “É
impossível”, se diz: “Em tudo que me acontece encontro o Teu amor. Já não se
pode mais deixar de crer no Teu amor”. Olhando para os acontecimentos que se
deram na sua vida ao longo deste ano que termina, em quais deles você consegue
perceber o amor de Deus por você? “Em tudo que me acontece...” significa quando
Deus também me disse “não”, ou “ainda não”...
A atitude
de Maria nos ajuda a refletir sobre tudo o que nos acontece e perceber ali o
amor de Deus nos conduzindo. A atitude de Maria nos ajuda também a nos colocar
diante do novo ano que nasce, e a nos dispor a vivê-lo ouvindo nosso próprio
coração. Dentro dele, conforme São Paulo apóstolo nos recorda, está o Espírito
de Jesus, que clama: “Abá – ó Pai!” (Gl 4,6), o clamor de quem é filho e sabe
ser conduzido pelo Pai, o clamor de quem é herdeiro, portador de uma herança
eterna, portador da bênção espiritual do Pai, mais preciosa do que toda a
riqueza deste mundo.
Ao virar a página, ao mudar de calendário,
pergunte-se: que sentimentos me acompanham no início deste ano? Estou iniciando
o novo ano com fé, com confiança, ou com desânimo, com descrédito? O que fazer, para que o novo ano seja bom? Vestir-se de
branco? Tomar sopa de lentilha? Comer caroçinhos de romã? O caminho que se abre
à nossa frente é incerto. Não sabemos o que vamos enfrentar. Não sabemos o que
nos acontecerá. Mas podemos iniciar este novo ano confiando-nos ao Senhor, como
diz a Palavra: “Entrega teu caminho ao Senhor, confia nele e ele agirá” (Sl
37,5).
Nesta noite de ano novo, pedimos a
bênção de Deus para a nossa vida: “Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção, e sua
face resplandeça sobre nós” (Sl 67,2). Todavia, se
pedimos a bênção de Deus, devemos também nos dispor a conhecer o seu caminho, a
andar de acordo com a sua vontade: “Que na terra se conheça o seu
caminho e a sua salvação por entre os povos (Sl 67,3).
O evangelho nos lembra que estamos no oitavo dia
do Natal, dia em que foi dado ao Filho nascido de Maria o nome de “Jesus”, que
significa “Deus salva”. “Jesus” não é uma palavra mágica, mas o nome pelo qual
podemos invocar a salvação de Deus sobre nós. Porém, o próprio Jesus disse:
“Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino dos Céus, mas sim
aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21). Portanto,
não se trata de invocar o nome de Jesus e tudo se revolve, mas de viver como
ele e sua mãe viveram, procurando fazer em tudo a vontade do Pai.
Neste dia em que invocamos a bênção de Deus
sobre a humanidade, a bênção da paz e da fraternidade universal, podemos fazer
um gesto: nos voltar uns para os outros, colocar a mão sobre a cabeça uns dos
outros e pedir: “O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre
ti a sua face, e se compadeça de ti! O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê
a paz!” (Nm 6,24-26). Se a pessoa não está presente, podemos pegar uma foto
dela, colocar a mão sobre a foto e pedir a mesma bênção.
Enfim, iniciando este Ano da Fé, podemos dizer:
“Em tudo o que me acontecer, encontrarei o Teu amor”; podemos viver cada dia
deste novo ano tendo no coração esta certeza: “Somos amados por Deus desde
antes de termos nascido e depois de termos morrido. Todas as circunstâncias
entre nosso nascimento e nossa morte não negarão essa realidade” (Henri Nouwen).
Assim, podemos declarar nossa fé no amor do Pai por nós e por toda a
humanidade, cantando:
Teu amor me cura, me abraça, meu Deus! Teu amor me cura, me abraça, meu Deus, meu tudo!
Me modelando estás com Teu Espírito, como um barro nas mãos do oleiro, cuidando de mim, do meu coração. É impossível não me render à ação do Teu amor!
Me acolhendo estás todo em Teus braços, como criança no colo materno. Confio em Ti, em Ti quero estar. Senhor, eu sei que o Teu amor sempre irá me acompanhar por onde eu for!
Teu amor me cura, me abraça, meu Deus! Teu amor me cura, me abraça, meu Deus, meu tudo!
Me modelando estás com Teu Espírito, como um barro nas mãos do oleiro, cuidando de mim, do meu coração. É impossível não me render à ação do Teu amor!
Me acolhendo estás todo em Teus braços, como criança no colo materno. Confio em Ti, em Ti quero estar. Senhor, eu sei que o Teu amor sempre irá me acompanhar por onde eu for!
Teu amor me cura (Nando Mendes)
Pe. Paulo Cezar Mazzi