Missa do Domingo de Ramos. Palavra de
Deus: Mateus 21,1-11; Isaías 50,4-7; Filipenses 2,6-11; Mateus 27,11-54.
Quem é o Herói no mundo de hoje: Jesus
ou Barrabás? Quem você quer que seja solto? Por quem você sente fascínio: por
pessoas que vivem segundo Jesus ou segundo Barrabás?
A lista dos heróis do mundo em que
vivemos é bastante variada: MC’s, artistas de novelas, cantores, milícias,
traficantes, funkeiros, jogadores de futebol, bandas nacionais ou estrangeiras
etc. Para identificar, nessa lista, quem vive segundo Jesus e quem vive segundo
Barrabás, é importante se lembrar do que Deus disse por meio do profeta Isaías:
“Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem mal, dos que transformam as trevas em
luz e luz em trevas, dos que mudam o amargo em doce e o doce em amargo... dos
que absolvem o ímpio mediante suborno e negam ao justo sua justiça!” (Is
5,20.23).
Barrabás continua a ser escolhido no
lugar de Jesus porque vivemos numa constante inversão de valores na forma de
entender a família, o casamento, a sexualidade, na forma de usarmos a nossa liberdade,
na maneira de nos vestir e de nos comportar. Embora nos consideremos cristãos,
na prática o nosso Herói não é Jesus Cristo, mas tantos anti-heróis que
propagam contravalores pelos meios de comunicação. Um exemplo concreto: dê uma
olhada no seu Face e você verá quanta coisa que você posta ali ou compartilha contradiz
o Evangelho em que você diz crer. Não são valores; são contravalores. Você não
cultua heróis, mas anti-heróis. Você não divulga Jesus, mas Barrabás.
Diante do fato de a multidão ter
escolhido Barrabás e mandado crucificar Jesus, Pilatos fez o famoso gesto de
lavar as mãos, dizendo: “Eu não sou responsável pelo sangue deste homem. Este é
um problema vosso! (Mt 27,24). Você também “lava as mãos” diante das injustiças
que acontecem à sua volta? Você também “lava as mãos” quando vê Barrabás ser
idolatrado e Jesus ser crucificado pela mídia?
A vida seria bem mais fácil se nós
pudéssemos passar por ela “lavando as mãos” e não nos comprometendo com o que
acontece à nossa volta, mas a verdade é que nós somos responsáveis uns pelos
outros, sim. Nós temos uma parcela de responsabilidade no que está acontecendo
com a família, com a política, com a maneira como as novas gerações entendem a
própria sexualidade e como usam sua liberdade. Nós temos uma parcela de
responsabilidade perante o que está acontecendo com a humanidade e com o meio
ambiente. Não dá para dizer que não é um problema nosso. É um problema nosso,
sim, de todos nós. O sangue de pessoas inocentes, condenadas e injustiçadas, também
respinga em nós; está caindo sobre nós e sobre os nossos filhos (cf. Mt 27,25).
Portanto, não tenhamos tanta pressa em
“lavar as mãos”. Quando nos deparamos com pessoas que estão fazendo uma dura
experiência de cruz, não digamos: “Salva-te a ti mesmo!” (Mt 27,40). Deus nos
colocou junto das pessoas para ajudá-las, não para abandoná-las ao seu próprio
sofrimento. Precisamos estar junto de quem sofre, para que ninguém tenha que
perguntar: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mt 27,46). Como nos
lembrou o profeta Isaías, Deus confiou a cada um de nós a missão de dizer
palavras de conforto à pessoa abatida, uma missão que sempre será vivida em
meio a obstáculos e fortes resistências. Apesar disso, não devemos nos desviar
dessas dificuldades, nem nos deixar abater pelo desânimo, porque o Senhor é o
nosso auxiliador (cf. Is 50,4-7).
A celebração de hoje abre a Semana
Santa, recordando o momento em que Jesus entra em Jerusalém, lugar onde foi rejeitado
e onde sofreu a morte de cruz. Jesus foi recebido em Jerusalém com gritos de “Hosana
ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos
céus!” (Mt 21,9). “Hosana!” é uma palavra hebraica que significa “Salva-nos,
por favor!”, ou “Salva-nos, te imploramos, Senhor!” Embora a nossa salvação já
tenha se dado na cruz, nós sentimos a necessidade de experimentar concretamente
a salvação de Deus em nossa vida e na vida da humanidade. Mas será que
entendemos que essa salvação vem por meio da cruz de Cristo?
No momento em que Jesus morre na cruz, a
cortina escura que cobria o céu se rasga em duas partes, e um terremoto faz com
que os túmulos se abram e ali comece a se dar a ressurreição dos mortos (cf. Mt
27,51-52). Quando Deus permite que a cruz atravesse o nosso caminho, é para que
ela rasgue a cortina que cobre os nossos olhos, para que possamos ver a vida de
uma forma nova. A cruz sempre vem para provocar um terremoto em nossa vida,
para partir as pedras, isto é, para quebrar a nossa dureza, a nossa forma
rígida de nos tratar e de tratar os outros também. A cruz tem esse poder de abrir
os nossos túmulos, de nos tirar do nosso individualismo, do nosso comodismo, e também
do nosso fatalismo, para colocar em nós a semente da ressurreição.
Nesta semana, especialmente, voltemos o
nosso olhar o Cristo Jesus que na santa cruz nos deu a vitória. Ele é o nosso
único e verdadeiro Herói. Ele “pela graça de Deus, provou a morte em favor de
todas as pessoas” (Hb 2,9)...
Herói (Ministério Adoração e Vida)
Num lugar mais alto
está a razão do nosso existir, com Seus braços sempre abertos, num amor
incondicional, acolhendo a humanidade: Cristo Jesus, o Redentor. Num lugar mais
alto foi levantado pra nos salvar, onde o sangue foi jorrado, onde a vida
triunfou, onde o amor foi derramado. Na cruz do calvário Ele expirou... Herói de toda a terra. Herói de todos os
homens. Herói de todas as gerações, Cristo Jesus na santa cruz. Herói de todos
os povos. Herói de toda a história. Herói de todos os tempos, Cristo Jesus na
santa cruz nos deu a vitória!
Pe. Paulo Cezar Mazzi
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluir