quarta-feira, 27 de março de 2013

O CUSTO DE UMA DIFÍCIL PASSAGEM


Sexta-feira da paixão do Senhor. Palavra de Deus: Isaías 52,13–53,12; Hebreus 4,14-16; João 18,1–19,42.
  
Nós estamos revivendo o mistério pascal de Jesus, mistério que nos recorda que também nós somos pessoas pascais. Páscoa significa “passagem” e, como vimos ontem, existem passagens que nos desafiam, como por exemplo: passar da doença para a saúde, da solidão para a comunhão, da mágoa para o perdão, da tristeza para a alegria, da morte para a vida... As leituras da Palavra de Deus que acabamos de ouvir nos dizem que a porta que nos possibilita fazer a passagem da qual necessitamos não é a porta larga do bem estar, mas a porta estreita do sofrimento. Como está escrito nos Atos dos Apóstolos: “É preciso passar por muitas tribulações, para entrar no Reino de Deus” (At 14,22).
Se não queremos desistir de entrar pela porta estreita, se não queremos desistir de fazer a nossa páscoa, precisamos olhar para Jesus, olhar para aquele que “não tinha beleza nem atrativo para o olharmos, não tinha aparência que nos agradasse”, precisamos olhar para Jesus, o “homem coberto de dores, cheio de sofrimentos” (Is 53,2-3), e aprender com ele a permanecer firmes na fé que professamos (cf. Hb 4,14), a fé pascal, a fé que nos faz passar, que nos faz alcançar o que buscamos. Com Jesus, precisamos aprender a obedecer a Deus por aquilo que sofremos, precisamos aprender a obedecer a Deus também quando sofremos e não somente quando está tudo bem.  
         Se as leituras que ouvimos nos colocam diante da verdade nua e crua do sofrimento de Jesus é para que tomemos consciência do nosso valor para Deus, do preço que Ele pagou para nos resgatar do pecado e da morte eterna. E o preço foi este: o Pai permitiu que seu Filho Jesus fosse “ferido por causa de nossos pecados, esmagado por causa de nossos crimes. Todos nós vagávamos como ovelhas desgarradas, cada qual seguindo o seu caminho; e o Senhor fez recair sobre ele o pecado de todos nós” (Is 53,5-6). Como, de fato, está escrito no Evangelho segundo São João, a morte de Jesus serviu para reunir todos os filhos de Deus dispersos (cf. Jo 11,52).
       A celebração de hoje nos coloca aos pés da cruz de nosso Senhor Jesus, cruz que se tornou para nós o trono da graça de Deus, como está escrito: “Aproximemo-nos com toda confiança do trono da graça, para conseguirmos misericórdia e alcançarmos a graça de um auxílio no momento oportuno” (Hb 4,16). Seja qual for a sua necessidade de páscoa, seja qual for a passagem difícil que você precisa fazer na sua vida, é no trono da graça da cruz de Cristo que você deve colocá-la, para receber de Deus o auxílio que você necessita.  
        Assim como Jesus teve que enfrentar a sua cruz, nós temos que enfrentar a nossa. A maneira como Jesus lidou com a sua cruz nos ensina que não devemos buscar o sofrimento por si mesmo, mas também não devemos fugir dele quando se apresenta a nós como consequência da nossa fidelidade ao Pai. Assim como Jesus, nós podemos enfrentar a realidade da nossa cruz proclamando com o salmista: “Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito, porque vós me salvareis, ó Deus fiel! Eu entrego em vossas mãos o meu destino; libertai-me do inimigo e do opressor! Fortalecei os corações, tende coragem, todos vós que ao Senhor vos confiais!” (Sl 31,6.15-16.25).
         Na cruz de nosso Senhor Jesus depositamos a vida de todos os jovens, dos jovens crucificados pelas drogas, pelo desemprego, pelas doenças, pela violência, pela falta de sentido para a vida. Na cruz de nosso Senhor Jesus depositamos a vida de todas as famílias, de todos os casais, de todas as pessoas que estão doentes, desempregadas, presas, angustiadas, deprimidas, injustiçadas... Clamemos o poderoso sangue do Senhor sobre elas. A elas proclamemos, como o salmista: “Fortaleçam os corações, tenham coragem, todos vocês que ao Senhor se confiam!” (Sl 31,25). 

              Pe. Paulo Cezar Mazzi

Eu entregarei (Dagö)


Eu clamarei o poderoso sangue do Senhor sobre mim, e as cadeias que me cercam irão cair, e meu louvor cantarei! Eu lutarei, com a unção que o Senhor deu para mim. Nem as remotas situações vão resistir, não vão resistir.

Eu entregarei as dores que guardei aos pés da Tua cruz, e confiarei. Já não há o que temer! Por tuas chagas posso crer na vitória!

Eu clamarei...

Uma mesa farta o Senhor preparou, diante dos meus inimigos. Minha taça o Senhor transbordou, eu posso crer, eu posso ver!

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