quinta-feira, 12 de setembro de 2019

FRANCIS



Por um desígnio que não entendemos, Deus Pai permitiu que você fosse associado literalmente à morte de Seu Filho Jesus. Assim como o Servo Sofredor, você foi fisicamente “esmagado pelo sofrimento” (Is 53,10). Assim como os grãos de trigo são triturados, assim seu corpo o foi, por meio dessa doença que atinge inúmeras pessoas, e você foi oferecido na patena de um leito de hospital como sacrifício vivo. E nós, assim como Jó (40,4), colocamos a mão sobre a boca porque ainda não sabemos verbalizar o significado daquilo que Deus está nos falando por meio da sua Páscoa.
Somos imensamente gratos a Deus pelo dom da sua existência e da sua vocação. O valor de uma vida não está ligado à duração dela, mas àquilo que dela se faz, e você escolheu fazer-se discípulo daquele que comungou profundamente com as dores da humanidade. Somos imensamente gratos pelo seu sorriso, pela sua humildade e simplicidade, pelo seu amor e respeito ao povo de Deus; sobretudo, somos gratos pelo seu testemunho de como lidou com a sua cruz.
Victor Frankl, depois de ficar um bom tempo desmaiado pela fome, pelo frio e pelos ferimentos causados pela violência que sofreu por parte dos soldados nazistas, recobrou a consciência e, ao sentir dor, pensou: “Se estou sentindo dor é porque ainda estou vivo. Se ainda estou vivo, posso continuar lutando pela vida”. Você agora não sente mais dor; suas lágrimas foram enxugadas e seu corpo foi retirado da cruz. Sua luta pela vida terrena terminou. Você pode agora ouvir essas palavras de Jesus: “Muito bem, servo bom e fiel! (...) Vem alegrar-te com o teu Senhor!” (Mt 25,21).   

Pe. Paulo Cezar Mazzi 

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