sexta-feira, 28 de junho de 2013

CONFIRMAR NA FÉ PARA RELIGAR AO CÉU

Missa de São Pedro e São Paulo. Palavra de Deus: Atos dos Apóstolos 12,1-11; 2Timóteo 4,6-8.17-18; Mateus 16,13-19.

            “Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja” (Mt 16,18). Pedra é algo sólido. Ao construir a sua Igreja sobre a fé de Pedro e dos demais apóstolos, Jesus quis que a Igreja fosse um lugar onde as pessoas sentissem a solidez da fé, onde as pessoas sentissem o amparo de Deus, a firmeza das mãos do Pai, num mundo onde nada é seguro, onde instabilidades de todo tipo (econômica, estrutural, emocional etc.) tiram a paz do coração humano. Jesus quis e quer a Igreja como habitação (presença) de Deus no meio dos homens, assim como Ele quis e quer a cada um de nós como pedras vivas, como construtores da Igreja, cada um colocando a serviço dos outros os seus dons, em vista da edificação de todos na fé.
            “... construirei a minha Igreja” (Mt 16,18). No mundo, e especialmente no Brasil, há uma infinidade de igrejas. Como identificar a verdadeira Igreja que Jesus edificou sobre os apóstolos (cf. Ef 2,20)? Há uma infinidade de igrejas porque a Pedra foi quebrada, pulverizada em inúmeras pequenas pedras, para atender à demanda de um imenso mercado religioso. Dizer que “a Pedra foi quebrada” significa dizer que a solidez da fé foi adaptada, tornada flexível, “palatável”, para ser vendida e digerida pelos consumidores, que estão cada vez mais exigentes, desejosos de resultados rápidos, imediatos, procurando pelo menor custo e pelo maior benefício possível.  
            A missão que Jesus confiou ontem a Pedro confia hoje a cada um de nós: sermos construtores da Igreja e não meros consumidores dela. A firmeza da fé que ontem Jesus encontrou em Pedro quer encontrar hoje em cada um de nós: não nos deixarmos vencer pelo desânimo, pelo pessimismo. Se “enquanto Pedro era mantido em prisão, a Igreja rezava continuamente a Deus por ele” (At 12,5), nós devemos orar continuamente pelo nosso Papa, pelos nossos bispos, pelos nossos padres, enfim, por todos os cristãos, “(...) sabendo que a mesma espécie de sofrimento atinge os vossos irmãos espalhados pelo mundo” (1Pd 5,9).
            Jesus deixa claro que aqueles que constroem a sua Igreja, aqueles que procuram viver sendo uma “presença de fé” no meio de um mundo que cada vez mais perde a fé, enfrentarão “o poder do inferno”.  Sim. Ser cristão significa sofrer pelo Evangelho (cf. 2Tm 1,8), assim como ser Igreja significa sofrer pela fé, combatendo o bom combate, um combate que já foi travado e vencido pelo próprio Jesus, que nos garante: “o poder do inferno nunca poderá vencê-la” (Mt 16,18).
            Além de Pedro, uma outra pedra viva da Igreja, que serve de modelo para a nossa fé, é o apóstolo Paulo, o qual testemunha: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (2Tm 4,7). “Combati o bom combate”... Nossa vida é um combate; não só um combate em vista da sobrevivência, mas um combate no campo da fé, em combate entre o homem velho e o homem novo, entre o nosso egoísmo e a graça de Deus, entre a mentira que nos mantém escravos e a verdade que nos liberta.
   “Terminei a corrida”... Um dia nós iniciamos um caminho com Jesus. Apesar de todos os tropeços e de todas as quedas, precisamos chegar até o fim neste caminho, precisamos completar a corrida, sustentados pela Palavra que diz que cada um de nós já foi alcançado pela graça redentora de nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Fl 3,12).
  “Guardei a fé”. Se ao longo do caminho da vida vamos perdendo muitas coisas, como o vigor físico ou alguns sonhos e projetos humanos que vão se mostrando irrealizáveis ou não correspondentes ao que Deus quer para nós e para a Igreja, não podemos jamais perder a fé, pois sem ela não receberemos a coroa da glória, não poderemos nos encontrar com o Senhor.
          “O que ligares na terra, será ligado nos céus; o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16,19). Como disse Pe. Adroaldo, com essas palavras Jesus não transferiu “poder” a Pedro, mas lhe deu condições de cuidar da fé dos seus irmãos. O mesmo vale para nós, hoje. Enquanto muitas pessoas, por diversas razões, têm decidido por si mesmas desligar-se da Igreja, o Evangelho nos recorda a missão sagrada que Jesus confia a cada um de nós: religar as pessoas a Deus, confirmá-las na fé, para que, por esta mesma fé, elas voltem a sentir seus corações ligados ao Céu, descobrindo dentro de si mesmas aquela pedra, aquela consistência da fé que resiste às instabilidades deste mundo, podendo dizer com o apóstolo Paulo, “sei em quem depositei a minha fé” (2Tm 2,12).    
        Como interiorização da Palavra do dia de hoje, assista ao vídeo abaixo:


                                                                     Pe. Paulo Cezar Mazzi

Nenhum comentário:

Postar um comentário