Missa
do 10º. dom. comum. Palavra de Deus: 1Reis 17,17-24; Gálatas 1,11-19; Lucas
7,11-17.
Se nós pudéssemos, desviaríamos a
todo momento da morte para nunca ter que cruzar com ela, para nunca ter que nos
confrontar com ela. A cultura moderna inventa uma porção de coisas para nos
manter distraídos, para não pensarmos na possibilidade da morte, como se, de
fato, nós nunca fôssemos morrer. Quando entramos em contato com alguma notícia
sobre morte, nos comportamos com se ela não nos dissesse respeito. Se a morte
acontece, é sempre na casa dos outros, nunca na nossa; se ela atinge uma
criança ou um jovem, é sempre o filho dos outros, nunca o nosso.
Por mais que nos deixemos enganar
pela cultura da negação da morte, ela – a morte – atravessa o nosso caminho sem
pedir licença. Foi o que aconteceu com Jesus que, ao aproximar-se da cidade de
Naim, se deparou com o enterro de um jovem, filho único de uma viúva. Aquela
cena suscitou compaixão em Jesus. Compaixão significa sofrer com o sofrimento
do outro, ser afetado pela dor do outro.
A cultura da negação da morte nos
ensina a nos tornar indiferentes para com a dor do outro, como se nunca
tivéssemos que passar por aquela dor. Enquanto o sentimento de compaixão fez
com que Jesus não se desviasse daquele enterro, mas fosse ao encontro da mãe e
entrasse em diálogo com a dor dela, o sentimento de indiferença nos desvia de
toda pessoa que sofre e nos torna frios diante da dor dos outros. Se essa dor
insiste em pedir a nossa ajuda, tratamos logo de nos ocupar com alguma coisa
que sirva de justificativa para nos mantermos distantes do sofrimento alheio.
Para devolver a vida ao filho da
viúva de Sarepta, o profeta Elias deitou sobre o menino por três vezes, ou
seja, estabeleceu um contato físico e profundo do seu corpo com o corpo do
menino (cf. 1Rs 17,21). Para devolver a vida ao filho da viúva de Naim, Jesus
tocou no caixão onde estava o corpo do jovem e interrompeu o seu sepultamento. Onde
não existe mais o toque, onde não existe mais a comunicação do afeto, a vida
começa a morrer. Nós precisamos ser tocados para saber que existimos. Dentro da
nossa casa pode ser que exista alguém morrendo por falta de um contato físico e
emocional da nossa parte...
Ao saber da morte do filho da viúva,
Elias pediu à mãe: “Dá-me o teu filho!” (1Rs 17,19). Aos cuidados de quem você tem
entregado o seu filho? Da rua? Da televisão? Do celular? Da internet? Dos
amigos? Dos pedófilos? Dos traficantes? Quantos pais, ao invés de confiarem
seus filhos às mãos de Deus, confiam-nos às mãos do Maligno, sem se dar conta
disso? Quantos pais são extremamente zelosos com a saúde física de seus filhos,
mas totalmente descuidados com a vida espiritual deles? Elias suplicou a Deus por
três vezes pela vida daquele menino. Você tem consciência da importância e da
força da sua oração de intercessão em favor dos seus filhos? Quanto tempo por
dia ou por semana você ora por seus filhos?
Ao tocar o caixão do jovem e ao
interromper o seu sepultamento, Jesus disse: “Jovem , eu te ordeno, levanta-te!”
(Lc 7,14). As causas principais de morte dos jovens em nosso país são duas: 1) os
acidentes, provocados por excesso de velocidade (ausência de limites) e embriaguez,
e 2) a violência, associada ao consumo e ao tráfico de drogas. Há algo que você
possa fazer para, como Jesus, ajudar a interromper a morte precoce de tantos jovens?
Nossos jovens têm algum contato com a palavra de Deus, palavra que pode ressuscitá-los,
no sentido de devolver uma direção à própria vida?
Diante do fato de que tantos jovens não
são destruídos pelos outros, mas por si mesmos, caminhando na direção da morte
com suas próprias pernas, nós suplicamos: “Ordena, Senhor Jesus, com a tua palavra,
e esses jovens deixarão de caminhar para a morte! Ordena, Senhor Jesus, com a
tua palavra, e esses jovens interromperão o seu processo de autodestruição!
Ordena, Senhor Jesus, com a tua palavra, e os nossos jovens ressuscitarão!”
Ao
nos anunciar a ressurreição desses dois jovens, a palavra do Senhor quer nos
lembrar que, mais do que impedir a morte física, o que Deus nos oferece é a
ressurreição, a verdadeira vida em seu Filho Jesus. Permitamos com que a sua
palavra modifique as nossas atitudes destrutivas, nos levante da nossa
indiferença e nos faça caminhar na direção da dor dos outros movidos pela força
da compaixão. Unamos a nossa voz à do salmista, proclamando: “Vós tirastes
minha vida dos abismos e me salvastes, quando estava já morrendo! (...) Se à
tarde vem o pranto visitar-nos, de manhã vem saudar-nos a alegria... Transformastes
o meu pranto em uma festa. Senhor, meu Deus, eternamente hei de louvar-vos!”
(Sl 30).
Peçamos ao Senhor por nossa
própria ressurreição, cantando: Tu que
amas os fracos. Tu que encontras os perdidos. Tu que dissipas a morte, vem
dissipá-la em mim! Vem dissipá-la em mim, Senhor! Vem dissipá-la em mim! Vem
dissipá-la em mim, Senhor! Vem dissipá-la em mim! Ressuscita-me Senhor!
Ressuscita-me, Senhor! Ressuscita-me, Senhor, pelo poder do Teu amor!
Ressuscita-me, Senhor! Ressuscita-me, Senhor! Ressuscita-me! Ressuscita-me!... (Pe.
Fábio de Melo, Abrindo mares).
Padre Paulo tdo bem com o senhor?
ResponderExcluirSaudades imensa do Senhor que falta que o senhor faz....
Abraço, Saudades....
Sandra Monteiro - Santa Adélia