Quando
Jonas decidiu fugir da missão que Deus lhe havia confiado – pregar a
necessidade de conversão à cidade de Nínive, capital da Assíria – embarcou num
navio que ia para a cidade de Társis, direção oposta a Nínive. “Mas o Senhor
mandou um vento violento sobre o mar, levantando uma grande tempestade, que
ameaçava destruir o navio” (Jn 1,4). Diante do desespero dos marinheiros, Jonas
confessou que estava “fugindo da presença do Senhor”, isto é, estava caminhando
na direção contrária à vontade de Deus e que a única forma de acalmar aquela tempestade
seria jogá-lo no mar. “Então, pegaram em Jonas e atiraram-no ao mar; e cessou a
fúria do mar” (Jn 1,15).
Quantas
vezes se levanta dentro de você uma tempestade? A angústia toma conta da sua
alma; as preocupações enchem sua mente; você perde sua paz interior e não
consegue saber qual decisão tomar na sua vida... Nesta situação, é muito
importante que você pare e se pergunte: O que está desencadeando essa tempestade
na minha vida?
Aos
prestar atenção às emoções do seu interior, Santo Inácio de Loyola percebeu que
todas as vezes que ele conduzia seus pensamentos segundo a vontade de Deus, seu
coração se enchia de paz. No entanto, todas as vezes em que ele pensava em se
afastar da vontade de Deus e seguir a voz do seu ego, sua alma se enchia de
perturbação. Foi então que ele fez esse importante discernimento: quando
estamos conduzindo nossa vida segundo a vontade de Deus, podemos até sofrer
dificuldades e privações, mas nosso coração está em paz.
Até
que ponto a tempestade que está na minha vida não é um sinal evidente de que eu
estou brigando com a vontade de Deus? Até que ponto essa angústia, essa
inquietação que não passa não é consequência da minha recusa em viver segundo
aquilo que Deus está me pedindo, para o meu próprio bem?
A
verdade é uma só: se a minha tempestade interior é consequência da minha
teimosia em conduzir minha vida na direção contrária do que Deus deseja para
mim, eu vou continuar me debatendo com os ventos contrários, e a tempestade
tenderá a se tornar cada vez mais violenta. Somente quando eu decidir ajustar
minha vida à vontade de Deus e fazer aquilo que estou sendo chamado a fazer
neste momento é que os ventos contrários cessarão e eu experimentarei uma profunda
paz interior.
Pe.
Paulo Cezar Mazzi
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