Missa da Assunção de Nossa Senhora. Palavra de Deus:
Apocalipse 11,19a; 12,1.3-6a.10ab; 1Coríntios 15,20-27a; Lucas 1,39-56.
Ao proclamar o dogma da Assunção de Nossa Senhora, a
Igreja crê que Maria, ao final de sua vida terrena, foi elevada em corpo e alma
ao céu. Pelo fato de seu ventre ter gerado “na carne” o Filho de Deus, a nossa
Igreja acredita que, após a morte, o corpo de Maria não foi decomposto na terra
mas levado para o céu. Mas esse dogma da Assunção de Maria também diz respeito
a cada um de nós: como Maria, estamos associados à ressurreição de Jesus; como
ela, somos destinados à vida eterna; como ela, teremos um corpo glorificado
(cf. Fl 3,20-21).
Pensemos no corpo. O corpo sofre, luta, sente dor, experimenta
fome e sede, está exposto à violência, ao envelhecimento e à morte. O corpo
gera vida (fecundidade), mas também pode não conseguir gerar vida (esterilidade),
ou até mesmo rejeitar a vida (aborto). O corpo pode, como o de Maria, caminhar
apressadamente em direção àquele que necessita de ajuda, mas pode também ficar
acomodado no seu individualismo, nada fazendo para ajudar quem está à sua
volta. O corpo pode cuidar da sua saúde, mas pode também desperdiçá-la; pode lutar
com todas as forças para viver, mas pode também se expor irresponsavelmente a
situações de morte.
Para a sociedade da aparência, o corpo é a única coisa
que possuímos e, portanto, a única coisa que importa. No entanto, ficamos
chocados quando vemos pessoas portadoras de certas deficiências e que são mais
humanas, mais felizes, mais bem resolvidas do que tantas outras que têm um
corpo malhado, modelado, invejado, “perfeito”, mas são extremamente egoístas,
inseguras, fúteis, neuróticas e vazias de conteúdo. Aqui cabe o conselho de Madre
Teresa de Calcutá: "Tem sempre presente que a pele enruga, que o cabelo se torna branco, que os dias se convertem em anos, mas o mais importante não muda: tua força interior". Um corpo sem força interior é simplesmente um "ca-dá-ver" (carne dada aos vermes); um corpo que vive da sua força interior é uma pessoa destinada à ressurreição.
Como hoje encerramos a Semana Nacional da Família, olhemos para o organismo da nossa casa, para esse corpo maior que é a nossa família. A família é um organismo vivo, e cada membro desse corpo é responsável tanto pela sua saúde quanto pela sua enfermidade, tanto pela sua capacidade de superação quanto pelo seu fracasso na maneira de lidar com os problemas. Para nos ajudar a avaliar como estamos atuando no organismo que é a nossa família, o Apocalipse nos coloca diante de dois sinais: a Mulher e o Dragão.
Como hoje encerramos a Semana Nacional da Família, olhemos para o organismo da nossa casa, para esse corpo maior que é a nossa família. A família é um organismo vivo, e cada membro desse corpo é responsável tanto pela sua saúde quanto pela sua enfermidade, tanto pela sua capacidade de superação quanto pelo seu fracasso na maneira de lidar com os problemas. Para nos ajudar a avaliar como estamos atuando no organismo que é a nossa família, o Apocalipse nos coloca diante de dois sinais: a Mulher e o Dragão.
A Mulher está vestida de sol (ressuscitada), tem a lua
debaixo dos pés (está acima das intempéries da vida), e usa uma coroa de doze estrelas
(Mãe do povo de Deus). Ela está grávida: é a família que não desiste da vida,
que não renuncia aos seus sonhos e que tem esperança no futuro, porque Deus
disse: “(...) existe recompensa para a tua dor... Há esperança para o teu
futuro” (Jr 31,16.17). A imagem desta Mulher nos questiona: Temos atitudes de
ressurreição para com nossa família? Nós a ajudamos a atravessar as diversas
fases da vida? Quando “anoitece” em nossa casa, procuramos “acender as estrelas”
da nossa fé e da nossa esperança uns para os outros?
O Dragão, por sua vez, tem cor de fogo (destruição,
ameaça inimiga). Ele está pronto para devorar o filho da Mulher (presença
assassina). Mas a cor de fogo também significa atração, sedução. O que tem atraído
e seduzido a nossa família hoje? O que pode estar tentando devorar a nossa
família? “(...) o Filho foi levado para junto de Deus (...) A mulher fugiu para
o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar” (Ap 12,5.6a). Nossa família
tem buscado refúgio em Deus? Confiamos na força da ressurreição de Cristo, que
é também esperança da nossa ressurreição (cf. 1Cor 15,22)? Confiamos no Pai,
que pôs todos os inimigos da família humana debaixo dos pés de Seu Filho (cf.
1Cor 15,24.27a)?
Maria nunca foi uma pessoa “privilegiada”, no sentido de
ser poupada das injustiças e dos sofrimentos humanos. No entanto, mesmo
experimentando em sua carne a dor humana, ela sempre reagiu positivamente;
nunca se colocou como vítima, nem aceitou viver na amargura e no pessimismo. É
por isso que a vemos no Evangelho andando apressadamente para a casa de Isabel,
saudando-a com a alegria do Espírito Santo e proclamando diante dela: “(...)
Meu espírito se alegra em Deus, meu salvador... O Todo-Poderoso fez grandes
coisas em meu favor... Ele mostrou a força de seu braço...” (Lc 1,47.49.51).
Unidos a Nossa Senhora, hoje invocamos a força do braço
do Senhor em favor de todas as famílias. “Feliz aquela que acreditou” na
Palavra do Senhor! (cf. Lc 1,45). Proclamemos para as famílias esta Palavra,
portadora da força e da alegria do Espírito Santo, Palavra que faz com que a
fé, a esperança e o amor possam voltar a pulsar no seio de nossas casas. Demonstremos
a força do nosso próprio braço por meio de atitudes concretas em defesa da
família. Não nos intimidemos diante do Dragão que ameaça devorar nossa família,
nem abortemos nossos sonhos e nossas esperanças. Lembremos e confiemos na
promessa de Deus: “(...) existe recompensa para a tua dor... Há esperança para
o teu futuro” (Jr 31,16.17).
Para a sua oração pessoal:
MARIA (Fernanda Brun)
Pe. Paulo Cezar Mazzi
Nenhum comentário:
Postar um comentário