Missa
do 4º. dom. da quaresma. Palavra de Deus: 1Samuel 16,1b.6-7.10-13a; Efésios
5,8-14; João 9,1-41.
Alguns aqui não conseguem enxergar
uma saída para a sua vida, uma solução para os seus problemas. Alguns aqui não
conseguem mais enxergar a bondade, a beleza, o valor da pessoa com quem convivem
há anos. Alguns aqui não aceitam enxergar que estão errados, que estão num
caminho de autodestruição. Alguns aqui não admitem enxergar o mal que estão
fazendo a si mesmos e aos outros. Alguns aqui só enxergam seus próprios
interesses. Alguns aqui têm os olhos fixos numa tela de celular, de tablet ou
de computador, mas não voltam o seu olhar para os que estão ao seu lado,
precisando da sua ajuda ou simplesmente da sua convivência.
Existe um não poder ver, mas existe também um não querer ver. Às vezes dizemos que não conseguimos ver/entender o
que se passa conosco, mas também pode ser verdade que não queiramos
ver/entender o que está acontecendo conosco. Ver, enxergar, também significa
tornar-se consciente, e quem se torna consciente não tem desculpas para
continuar a viver como vítima, nem de si mesmo, nem dos outros. Será que você
quer realmente ver, ou prefere continuar vivendo como cego?
A nossa cegueira pode ser
voluntária, intencional: nós nos acostumamos a viver nas trevas. Não queremos,
de fato, a luz; não queremos nos curar da nossa cegueira porque ela nos oferece
algumas vantagens, aquilo que a psicologia chama de “ganhos secundários”.
Vivendo como cego, não preciso tomar decisões: os outros decidem por mim; não
preciso lutar pela vida: posso viver das esmolas que os outros me dão; não
preciso assumir nenhuma responsabilidade: posso me esconder dos desafios da
vida atrás das mesmas desculpas de sempre.
Jesus disse: “Enquanto estou no
mundo, eu sou a luz do mundo” (Jo 9,5). ‘Enquanto estou na sua vida, Eu sou a
luz da sua vida. Mas a questão é: você quer a minha luz, ou prefere continuar a
viver escondido e acomodado nas suas próprias trevas?’ O filho da luz vive
segundo a bondade, a justiça e a verdade (cf. Ef 5,8-9). No entanto, muitos
acham mais vantagem viver segundo a maldade, a injustiça e a mentira,
esquecendo-se de que “tudo o que é condenável torna-se manifesto pela luz” (Ef
5,13). Cedo ou tarde, a luz da verdade desmascara as mentiras da nossa falsa cegueira
e nos faz ver o que precisamos ver.
Este é o convite de Deus para cada
um de nós, hoje: “Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre
ti Cristo resplandecerá” (Ef 5,14). Desperte! Pare de depender da visão dos
outros. Aprenda a enxergar com seus próprios olhos. Não aceite mais ser
guiado(a) na vida por pessoas erradas. Lembre-se de que “se um cego conduz
outro cego, ambos acabarão caindo num buraco” (Mt 15,14). Como é que um viciado
em droga pode ajudar alguém que está querendo sair das drogas? Como é que uma
pessoa que vive praticando adultério pode aconselhar positivamente alguém com
problemas no seu relacionamento conjugal? Quantos “conselhos” e quantas
“ajudas” erradas você recebe de pessoas “cegas”, que todos os dias dão suas opiniões
– consideradas “espetaculares” – na mídia?
Todos nós passamos por momentos em
que não vemos, momentos em que precisamos que alguém nos ajude a enxergar
melhor o que está acontecendo conosco. Mas é preciso procurar ajuda com pessoas
que tenham o discernimento de Deus, como diz a Palavra: “O homem vê as
aparências, mas o Senhor olha o coração” (1Sm 16,7), pessoas que nos ajudem a
ver a vida segundo os valores de Deus. Precisamos pedir que o próprio Senhor
nos faça ver aquilo que precisamos ver. As primeiras palavras que Deus
pronunciou na Escritura são: “Que exista a luz” (Gn 1,3). Você pode pedir que o
Senhor pronuncie essas mesmas palavras onde quer que haja escuridão em sua
vida.
No final do Evangelho, Jesus declara: “Eu vim a este mundo para exercer um julgamento, a fim de que os que não veem vejam e os que veem se tornem cegos” (Jo 9,39). E, diante dessa pergunta dos fariseus “Porventura, também nós somos cegos?” (Jo 9,40), Jesus respondeu: “Se fôsseis cegos, não teríeis culpa; mas, como dizeis ‘Nós vemos’, o vosso pecado permanece” (Jo 9,41). Julga-me, Senhor, segundo a verdade da tua Palavra. Ilumina-me com a luz do teu Evangelho. Faz-me reconhecer em quais situações da minha vida eu me faço de cego, para não assumir minhas reais responsabilidades. Não quero passar minha vida me escondendo atrás de falsas desculpas. Tira o véu dos meus olhos, Senhor Jesus, para que eu não me torne escravo do meu erro, do meu pecado. Unge os meus olhos, também os olhos da minha alma e do meu coração, com a Verdade do teu Espírito, para que eu possa ver segundo Deus. Amém!
No final do Evangelho, Jesus declara: “Eu vim a este mundo para exercer um julgamento, a fim de que os que não veem vejam e os que veem se tornem cegos” (Jo 9,39). E, diante dessa pergunta dos fariseus “Porventura, também nós somos cegos?” (Jo 9,40), Jesus respondeu: “Se fôsseis cegos, não teríeis culpa; mas, como dizeis ‘Nós vemos’, o vosso pecado permanece” (Jo 9,41). Julga-me, Senhor, segundo a verdade da tua Palavra. Ilumina-me com a luz do teu Evangelho. Faz-me reconhecer em quais situações da minha vida eu me faço de cego, para não assumir minhas reais responsabilidades. Não quero passar minha vida me escondendo atrás de falsas desculpas. Tira o véu dos meus olhos, Senhor Jesus, para que eu não me torne escravo do meu erro, do meu pecado. Unge os meus olhos, também os olhos da minha alma e do meu coração, com a Verdade do teu Espírito, para que eu possa ver segundo Deus. Amém!
Pe. Paulo Cezar Mazzi
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