Missa da noite de Natal. Palavra de
Deus: Isaías 9,1-6; Tito 2,11-14; Lucas 2,1-14
Encarnação:
Deus, que é Espírito (cf. Jo 4,24), assumiu, em Seu Filho Jesus Cristo, a carne
humana. Deus, a Quem ninguém nunca viu face a face (cf. Jo 1,18), assumiu um
rosto humano em Seu Filho Jesus Cristo, e este rosto tem características
próprias: é um rosto pobre, humilde e simples. Talvez você seja uma das tantas
pessoas que não conseguem enxergar Deus presente na sua vida, ou na vida do
mundo. Mas a questão é: você reconhece a presença de Deus naquilo que em você e
na sua vida é pobre, humilde e simples? Quanto mais a sua vida se afasta da pobreza
(esvaziamento de si), da humildade e da simplicidade, mais você sente Deus distante,
ausente da sua vida.
O
Evangelho nos recorda que a entrada do Filho de Deus na história humana se deu
durante a noite, para se cumprir a palavra do profeta Isaías, que disse: “O
povo, que andava na escuridão, viu uma grande luz; para os que habitavam nas
sombras da morte, uma luz resplandeceu” (Is 9,1). Quem habita nas sombras da
morte hoje? Os moradores de rua e os viciados no crack; os idosos esquecidos e
abandonados por suas famílias; os que se sentem condenados, seja por seus
erros, seja por uma doença; os desempregados; as famílias desestruturadas; as
casas onde não existe diálogo, nem afeto... Onde quer que exista alguém que
esteja envolvido pela sombra da morte, nós clamamos, nesta noite de Natal: “Ó
luz do Senhor, que vem sobre a terra, inunda meu ser, permanece em nós!”
O
nascimento de Jesus se dá em Belém, muito longe de Nazaré, onde seus pais
moravam. Justamente naquele contexto de insegurança e de angústia para Maria e
José, sem encontrarem ao menos um lugar na hospedaria, se completaram os dias
para o parto e Maria deu à luz o seu Filho. Algum tempo mais tarde, o que
aconteceria com Jesus, Maria e José? Teriam que fugir para o Egito, porque
Herodes estava procurando matar o Menino (cf. Mt 2,13-18).
O Filho de Deus entra em nossa história sentindo em Si mesmo aquilo que tantas pessoas vivem hoje: a dor da rejeição, da humilhação, da ameaça, a fúria cega da intolerância e da violência, característica dos nossos tempos. Para inúmeras pessoas, esta noite de Natal é uma noite de dor, porque alguém foi arrancado delas pela violência de uma doença, de um acidente, de uma dependência química ou da dívida dessa dependência... Além disso, considerando que o presente mais pedido pelas crianças a seus pais neste Natal foi um Tablet ou um iPad, convém perguntar: há algum aplicativo nesses aparelhos que falem de Jesus ou do Evangelho a essas crianças? Na vida delas e de seus pais há um lugar para Jesus nascer, pela fé? Por todas essas situações, nós clamamos, mais uma vez: “Ó luz do Senhor, que vem sobre a terra, inunda meu ser, permanece em nós!”
O Filho de Deus entra em nossa história sentindo em Si mesmo aquilo que tantas pessoas vivem hoje: a dor da rejeição, da humilhação, da ameaça, a fúria cega da intolerância e da violência, característica dos nossos tempos. Para inúmeras pessoas, esta noite de Natal é uma noite de dor, porque alguém foi arrancado delas pela violência de uma doença, de um acidente, de uma dependência química ou da dívida dessa dependência... Além disso, considerando que o presente mais pedido pelas crianças a seus pais neste Natal foi um Tablet ou um iPad, convém perguntar: há algum aplicativo nesses aparelhos que falem de Jesus ou do Evangelho a essas crianças? Na vida delas e de seus pais há um lugar para Jesus nascer, pela fé? Por todas essas situações, nós clamamos, mais uma vez: “Ó luz do Senhor, que vem sobre a terra, inunda meu ser, permanece em nós!”
Segundo
o apóstolo Paulo, Jesus nasceu para manifestar a graça de Deus como salvação
para todas as pessoas (cf. Tt 2,11). O Natal nos recorda que a presença de
Jesus e da sua salvação se dão em nossa vida por graça de Deus, e não pelos
nossos méritos. Além disso, Jesus nasceu para todos, porque Deus quer que todos
sejam salvos cf. 1Tm 2,4). Por isso, o Papa Francisco insiste que a Igreja deve
ter suas portas sempre abertas: abertas para acolher a todos e abertas para que
possamos levar a alegria do Evangelho a todas as pessoas, sobretudo àquelas que
estão afastadas. Não podemos fechar a porta da Igreja com normas e leis que nos
façam mais parecidos com os discípulos dos fariseus do que com os discípulos de
Jesus Cristo. Como o anjo aos pastores, assim devemos ser nós em relação às
pessoas que se encontram distantes do contato com a alegria do Evangelho: “Não
tenham medo! Eu lhes anuncio uma grande alegria... Hoje... nasceu para vocês um
Salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2,10). O Natal não consiste apenas em
saber que Jesus nasceu, mas em saber que Ele nasceu para você! Ele nasceu como
teu Salvador! E se você quer honrar o nascimento de Jesus, esforce-se por
renunciar ao mal, por viver na justiça e na piedade e por esperar pela segunda
vinda do “nosso grande Deus e Salvador Jesus” (Tt 2,12-13). Por nós e por todos
aqueles a quem devemos anunciar a alegria do Evangelho, clamemos: “Ó luz do
Senhor, que vem sobre a terra, inunda meu ser, permanece em nós!”
Esta noite é uma noite de
alegria “porque nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho” (Is 9,5). Seu
nome é “Conselheiro admirável” – portanto, sigamos os conselhos do seu
Evangelho; “Deus forte” – pois o Pai lhe confiou o poder de redimir, de salvar
e de dar a vida eterna a todo ser humano (cf. Jo 17,2); “Pai dos tempos futuros”
– porque, apesar das lágrimas das nossas perdas, o Senhor nos diz: “... existe
uma recompensa para a tua dor... Há uma esperança para o teu futuro” (Jr
31,16-17); “Príncipe da paz” – porque, na sua cruz, ele derrubou o muro da
inimizade que separava as pessoas, e veio anunciar a paz a todos, aos que
estavam perto e aos que estavam longe (cf. Ef 2,14-18). Que o nosso coração
seja como o dos pastores na noite de Natal, um coração pobre, vazio de si, capaz
de reconhecer, acolher e adorar Aquele que nasceu para nós como Salvador.
FELIZ NATAL!!!
Pe. Paulo Cezar Mazzi
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