Missa do 21º dom. comum. Palavra de Deus: Isaías 22,19-23; Romanos 11,33-36; Mateus 16,13-20.
“Quem
eu sou, para vocês?”. Essa é a pergunta central da nossa fé: Qual lugar Jesus
ocupa em minha vida e qual o significado que ele tem para mim?
Muitas
pessoas já conviveram com Jesus por um tempo, na Igreja, mas hoje não estão
mais entre nós: algumas abandonaram qualquer tipo de igreja ou religião; outras
foram buscar respostas em alguma igreja evangélica, no espiritismo, no
islamismo ou em alguma religião oriental. “Tal como sucedeu
com os contemporâneos de Jesus, os homens de nosso tempo passaram a seu lado
sem compreender seu mistério, e continuam até hoje buscando um Salvador”
(Fernando Montes, As perguntas de Jesus, p.71).
Se
você digitar no Google a pergunta: “Quem é Jesus?”, ele vai te apresentar cerca
de 287 milhões de resultados. Mas a resposta a essa pergunta não está sendo
dirigida a um Buscador na Internet, e sim a cada um de nós: “Quem eu sou, para
você?”, e tal resposta passa necessariamente pela nossa inteligência, pelos
nossos afetos e, sobretudo, pela nossa história de vida. “Quem é Jesus, para
mim?”. Qual ideia eu tenho dele? Como eu me relaciono com ele? O que eu espero
dele?
Diante
da resposta de Pedro: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16),
Jesus afirmou: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu” (Mt 16,17). Em outras palavras, nenhum de
nós pode fazer uma experiência profunda de Jesus Cristo em sua vida se tal
experiência não nos for dada pelo Pai. Só o Pai pode nos revelar o Filho; só o
Pai pode transformar a letra do Evangelho em espírito que faz arder o nosso
coração e colocar nossos pés a caminho, seguindo os passos de seu Filho Jesus. “Ninguém
pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o atrair” (Jo 6,44). Essa graça de
sermos atraídos para a pessoa de Jesus Cristo é algo que necessitamos pedir ao
Pai todos os dias.
Pedro respondeu corretamente: Jesus é o Cristo, o Messias,
o Salvador do mundo! Mas, não nos enganemos. O evangelho do próximo domingo
demonstrará o quanto Pedro está enganado sobre o tipo de Messias que Jesus é.
Assim como Pedro, nós também precisamos ser corrigidos em nossa visão sobre
Jesus; sobretudo, em nossas expectativas a respeito dele. Em outras palavras,
nossa fé na pessoa de Cristo não está isenta de projeções nossas e de
expectativas mundanas. Mas isso será assunto para o próximo domingo.
Onde encontrar
a resposta sobre quem é Jesus? Primeiramente, nos evangelhos segundo Mateus,
Marcos, Lucas e João. Cada evangelho foi escrito na fé de quem
se encontrou com o Filho do Deus vivo para falar à fé de quem hoje está lendo
ou ouvindo tal evangelho (cf. Jo 20,31). Em segundo lugar, cada um de nós responderá
sobre quem é Jesus para si mesmo olhando sua própria história de vida. Jesus não
apenas se fez pessoa humana historicamente, como também prometeu estar conosco
todos os dias, até o fim dos tempos (cf. Mt 28,20). Olhando para a nossa
história de vida, poderemos perceber a sua presença misteriosa nos orientando,
nos corrigindo, nos amparando, nos salvando, através do Espírito Santo.
Oração: Senhor Jesus, tu és para mim a Fonte de Água
viva, que me convida a abandonar as minhas cisternas furadas, que não podem
conter água (cf. Jr 2,13). Tu és para mim o Vinho novo, capaz de trazer à minha
vida uma alegria muito mais profunda do que aquela que experimentei antes de
passar por uma grande crise (cf. Jo 2,10). Tu és para mim o verdadeiro Esposo
que minha alma busca (cf. Jo 4,29). Tu és para mim o único que pode abrir meus olhos
e me fazer enxergar o que preciso enxergar, em vista da minha libertação (cf.
Jo 9,38). Tu és para mim a única Porta que me dá acesso ao Pai e à vida plena
que Ele quer para todo ser humano (Jo 10,9-10). Tu és para mim Aquele que
desafia a minha fé a suportar o silêncio de Deus diante das minhas súplicas
(cf. Lc 18,7-8). Tu és para mim Aquele que questiona a minha inversão de
valores e me pergunta se a minha fonte de segurança é Deus ou o Dinheiro? (cf.
Mt 6,24). Tu és para mim o único que pode me libertar da escravidão do meu
pecado (cf. Jo 8,34-36). Tu és para mim Aquele que me tira da indiferença para
com quem sofre e me ensina que a verdadeira religião é ter compaixão para com
quem sofre (cf. Lc 10,25-37). Tu és para mim Aquele que, mesmo depois da minha
infidelidade, não desiste da vocação que me confiou e me convida novamente a Te
seguir (cf. Jo 21,15-17.19). Tu és para mim, Senhor Jesus, o único e suficiente
Salvador (cf. At 4,12). Amém!
Pe. Paulo Cezar Mazzi
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