Missa
de São Pedro e São Paulo. Palavra de Deus: Atos dos Apóstolos 12,1-11; 2Timóteo
4,6-8.17-18; Mateus 16,13-19.
Pedro e Paulo: dois homens comuns,
limitados e imperfeitos como todo ser humano, mas dois homens transformados
pela graça de Deus, escolhidos pelo próprio Jesus para edificarem a sua Igreja
no meio dos homens como presença de salvação. Olhando para eles, somos chamados
a tomar consciência do nosso próprio lugar na Igreja que Deus conquistou para
si com o sangue do seu próprio Filho Jesus Cristo (cf. At 20,28).
A respeito de Pedro, homem fraco na fé,
Jesus disse: “Eu orei por ti, a fim de que tua fé não desfaleça. Quando tu,
porém, te converteres, confirma teus irmãos” na mesma fé (Lc 22,32). A respeito
de Paulo, Jesus declarou: “Este homem é um instrumento escolhido para levar o
meu nome diante das nações pagãs...” (At 9,15). Assim como fez com Pedro e
Paulo ontem, Jesus hoje chama a cada um de nós para que, como pedras vivas da
sua Igreja, possamos confirmar a fé as pessoas que convivem conosco, buscando anunciar
o Evangelho da misericórdia ao mundo em que vivemos.
A Igreja que Jesus fundou sobre os
apóstolos é uma Igreja que incomoda, como vimos na primeira leitura; uma Igreja
que vive debaixo de perseguição e de sofrimentos; uma Igreja que ora incessantemente
a Deus por seus membros, para que não deixem de dar testemunho da sua fé. A
Igreja que Jesus fundou sobre a fé de Pedro e de Paulo é uma Igreja de homens,
composta de pessoas humanas; portanto, uma Igreja imperfeita, que ainda não
chegou, mas que se encontra em caminho; uma Igreja que também se encontra
debaixo do julgamento de Deus e que é constantemente chamada à conversão.
A Igreja que Jesus chamou de “minha
Igreja”, no Evangelho que ouvimos, é a Igreja de Francisco, uma Igreja pobre,
simples, humilde, sem arrogância, nem presunção diante da sociedade humana; uma
Igreja que confia no poder de Deus e na verdade do Evangelho, não na falsa
garantia do dinheiro e das pessoas “influentes” da sociedade; uma Igreja que
escolheu estar no meio das pessoas como um hospital, para tratar os que se
encontram feridos.
Jesus garantiu a sua oração a Pedro,
para que ele se fortalecesse na sua fé. A Igreja orou incessantemente a Deus
por Pedro, enquanto ele era mantido na prisão. Da mesma forma, nós somos
chamados a orar pelo nosso Papa Francisco. Desde aquele 13 de março de 2013, quando
abraçou sua nova missão em favor da Igreja de Jesus Cristo, o Papa Francisco tem
pedido que oremos por ele. O fato do Papa Francisco, com seu estilo de vida e
com suas atitudes, estar devolvendo decência e credibilidade à nossa Igreja,
incomoda muitas pessoas, inclusive dentro da Igreja, pessoas que, embora se
julguem colocadas na Igreja pelo próprio Espírito Santo, sempre resistiram a
Ele (cf. At 7,51).
A Igreja, quando fiel ao seu
fundador Jesus Cristo, comungará do mesmo destino dele: “O servo não é maior
que seu senhor. Se eles me perseguiram, também vos perseguirão; se guardaram
minha palavra, também guardarão a vossa” (Jo 15,20). Assim como Pedro e Paulo,
nós também nos dispomos a comungar do mesmo destino de Jesus? Eis o testemunho
do apóstolo Paulo, em relação a isso: “Combati o bom combate, completei a
corrida, guardei a fé” (2Tm 4,7). A fé é também um combate, um combate
constante; ora combatemos conosco mesmos, ora com o mundo. Ainda estamos
combatendo, ou já “jogamos a toalha”? Nós iniciamos um dia o caminho de fé:
estamos dispostos não só a continuar a percorrê-lo, mas também a concluí-lo? Segundo
o apóstolo Paulo, a fé é um valor a ser guardado, defendido, protegido. Ela é,
de fato, um valor para nós, ou se tornou algo que não nos importamos de perder?
Confiemos na oração de Jesus em
favor do fortalecimento da nossa fé. Trabalhemos também pela confirmação de fé
no coração das pessoas que convivem conosco. Oremos pelo Papa Francisco e
colaboremos com ele na revitalização da Igreja presença viva da alegria e da
misericórdia de Deus para a humanidade.
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