Missa
do 3º. dom. comum. Palavra de Deus: Jonas 3,1-5.10; 1Coríntios 7,29-31; Marcos
1,14-20.
“A
palavra do Senhor foi dirigida a Jonas pela segunda vez” (Jn 3,1), já que na
primeira vez ele não aceitou a missão de anunciar a Palavra à cidade de Nínive.
Quantas vezes temos ouvido a Palavra de Deus, mas permanecemos no mesmo lugar,
sem nos mover, sem nos dispor a mudar, a nos converter? Quantas vezes ainda
será necessário que Deus fale com você, até que decida obedecê-Lo? “Ainda
quarenta dias, e Nínive será destruída” (Jn 3,4). Quanto tempo você tem? Quanto
tempo você acha que tem para mudar? Quando tempo você acha que a humanidade tem
para parar de se destruir? Há um tempo para você mudar, mas este tempo está
abreviado (cf. 1Cor 7,29). Seja por meio de Jonas (1ª. leitura), de Paulo (2ª.
leitura), ou de Jesus (Evangelho), este é recado de Deus hoje, para cada um de
nós: Ou você muda de comportamento, ou será
destruído! Ou você muda de atitude, ou seu relacionamento, sua família, sua
vida profissional, sua saúde, sua fé etc. serão destruídos! Os ninivitas,
ouvindo isso, acreditaram em Deus, se afastaram do mau caminho e foram salvos. Quando
é que você vai decidir fazer o mesmo, ou você é do tipo que acha que são os outros que estão no mau caminho, não você?
“O
tempo está abreviado” (1Cor 7,29). Nós temos a forte sensação de que o tempo
passa cada vez mais rápido. De fato, as 24 horas do dia são sentidas como se
fossem apenas 16. Nós reclamamos que não temos tempo, mas ao mesmo tempo,
desperdiçamos tempo! Quanto tempo perdemos no Face, no WhatsApp, na
internet? Quanto tempo desperdiçamos com coisas fúteis? Jesus disse: “O tempo
já se completou” (Mc 1,15). O tempo da espera, o tempo da promessa passou;
vivemos agora o tempo do cumprimento, quando Jesus diz: “Eis que eu estou à
porta e bato...” (Ap 3,20). “Estou” – tempo presente, no qual devemos tomar uma
decisão: abrir ou manter a porta fechada.
Se
existe algum risco para a nossa conversão, para a nossa salvação, não é tanto a
falta de tempo para mudar, mas a distração.
A questão não é que talvez não tenhamos tempo suficiente para mudar nosso
comportamento, mas o fato de que muitas vezes jogamos fora o tempo de que
dispomos porque vivemos distraídos,
alienados e anestesiados, sobretudo pelos meios de comunicação. Paulo disse
que “o tempo está abreviado” (1Cor 7,29) porque “a figura deste mundo passa”
(1Cor 1,31), e o nosso grande engano tem sido o de nos conformar com o mundo,
ou seja, de adotar a forma do mundo, de um
mundo que está destinado a desaparecer, a passar.
Jesus
nos convida a dirigir nosso olhar não para o que está passando, mas para o que
está chegando: “(...) o reino de Deus está próximo” (Mc 1,15). Aproxima-se a
chegada do Reino de Deus; aproxima-se o confronto da vida de cada um de nós com
a verdade de Deus, o momento onde tudo o que não está em Deus desaparecerá e só
permanecerá aquilo que está em Deus, como diz a Escritura: “O mundo passa com
suas paixões; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece eternamente” (1Jo
2,17). Diante da chegada do Reino de Deus, Jesus clama: “Convertam-se e creiam
no evangelho!” (Mc 1,15).
Existe
hoje uma multiplicidade de pregadores do evangelho. Quantos deles falam da
necessidade de conversão? Quantos deles têm a coragem que Pedro teve de
anunciar, no dia de Pentecostes: “Salvem-se desta geração perversa!” (At
2,40)? Não nos enganemos! Anunciar a
necessidade de conversão é tarefa difícil, porque aquele que fala de conversão
é visto como um portador de más notícias, uma espécie de estraga-prazer, um
pessimista... Não por nada, muitas igrejas,
para atraírem adeptos, se adaptam. Desse modo, elas se tornam tão doentes
quanto o mundo, quando a missão de cada igreja é justamente a de oferecer cura
a um mundo que se torna cada dia mais doente...
Jonas,
Paulo, Simão, André, Tiago e João: pessoas chamadas por Deus para se tornarem
salvadores de outras pessoas. Hoje Deus dirige esse chamado a cada um de nós. Nossa
conduta deve ser aquela de Paulo: “Para os fracos, eu me fiz fraco, a fim de
salvar os fracos. Tornei-me tudo para todos, a fim de salvar alguns a todo
custo” (1Cor 9,22). Contudo, não nos esqueçamos de que a conversão é uma tarefa contínua: todos os dias você é chamado a
ajustar a sua vida, a rever o rumo que está tomando à sua existência, a reorientar
o seu coração para Deus. Hoje, especialmente, você pode se perguntar: Há
algo que está ameaçando me destruir? Estou descuidando da minha própria
salvação? O quanto eu estou apegado à figura passageira deste mundo? Eu me
preocupo com a salvação das outras pessoas? Sou para elas um sinal de
conversão?
Sugestão
de música para a sua oração pessoal: Converte-me, Senhor (Diego Fernandes)
Pe. Paulo Cezar Mazzi
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