sexta-feira, 3 de maio de 2013

NÓS TEMOS UM DEFENSOR!


Missa do 6º. dom. da Páscoa. Palavra de Deus: Atos dos Apóstolos 15,1-2.22-29; Apocalipse 21,10-14.22-23; João 14,23-29

            Estamos caminhando para o término do Tempo Pascal. Jesus começa a se despedir dos seus discípulos. Ele deve voltar ao Pai, e enviar de lá o Espírito Santo prometido. Mas o fato de Jesus começar a se despedir dos seus discípulos não significa que ele vai se ausentar da vida deles. Sua presença junto a eles será de outra forma: não mais externa, mas interna; não mais física, mas espiritual.
Nós nascemos num tempo diferente dos discípulos. Nunca convivemos com Jesus fisicamente, mas entramos em contato com Ele por meio da sua palavra, o Evangelho. Portanto, a nós também Jesus dirige essas palavras: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada” (Jo 14,23). Nenhum de nós pôde conviver fisicamente com Jesus, mas qualquer um de nós pode se tornar morada de Jesus e do Pai, na medida em que amamos Jesus e colocamos em prática o seu Evangelho.
Ao se despedir, Jesus nos garante que o Pai nos enviará um outro Defensor, o Espírito Santo. Porque travamos uma luta constante em nossa vida espiritual, nós precisamos de um Defensor. O inimigo nos persegue, e de diversas formas combate contra a nossa fé. Ele quer nos fazer acreditar que somos órfãos e estamos sozinhos neste mundo, mas o Espírito Santo nos garante que somos filhos de Deus e que Ele cuida de nós como Pai (cf. Rm 8,16). O inimigo quer nos fazer pensar que Jesus nos deixou para sempre, mas o Espírito Santo nos garante que Jesus está conosco todos os dias (cf. Mt 28,20) e que ele dia e noite ele intercede ao Pai em nosso favor (cf. Hb 7,25). O inimigo quer apagar da nossa memória e do nosso coração as palavras e as promessas de Jesus, mas o Espírito Santo nos fará recordar cada palavra de Jesus e experimentar a realização de cada promessa sua em nossa vida (cf. Jo 14,26).
Essa assistência do Espírito Santo junto aos discípulos de Jesus foi testemunhada nos Atos dos Apóstolos (15,1-2.22-29). Num momento em que haviam surgido confusão e discussão na Igreja primitiva, e as palavras de alguns haviam causado perturbações e transtornado o espírito dos primeiros cristãos, os discípulos ser reuniram, se colocaram em oração e se submeteram àquilo que o Espírito Santo lhes inspirou. Mesmo sabendo que ao longo da nossa vida de fé teremos que lidar com conflitos, Jesus nos convida a não deixarmos isso perturbar nem intimidar o nosso coração, confiando que o Espírito Santo nos dará discernimento e nos fortalecerá diante de cada dificuldade.
“Vou, mas voltarei a vós... porque o Pai é maior do que eu” (Jo 14,28). Jesus foi tirado dos discípulos pelas mãos dos homens, na sua morte de cruz, mas o Pai devolveu Jesus aos discípulos por meio da ressurreição. Jesus, que agora está junto do Pai para interceder por nós, voltará um dia para julgar a humanidade, para restaurar todas as coisas, para submeter tudo ao Pai (cf. Ef 1,10; Cl 1,20; 1Cor 15,24-28), para nos devolver definitivamente às mãos do Pai, que é maior que tudo e que todos.
            Invoquemos a defesa do Espírito Santo sobre nós, sobre nossa fé, sobre nossa Igreja, sobre os cristãos espalhados pelo mundo todo... Invoquemos a defesa do Espírito Santo sobre as crianças, os jovens, as famílias, os casais... Invoquemos a defesa do Espírito Santo sobre os doentes, os sofredores e os injustiçados... Acolhamos a presença do Pai e do Filho em nós mesmos e reconheçamos cada ser humano como lugar sagrado onde o Pai e o Filho habitam... 
              Como nos convida o livro do Apocalipse, deixemo-nos cercar pela muralha maciça e alta, que é o Espírito Santo. Tenhamos abertura (as doze portas) àquilo que o Espírito quer nos dizer. Fundamentemos a nossa fé sobre o alicerce sólido do Evangelho de Jesus Cristo, transmitido a nós pelos apóstolos. Tornemo-nos presença de Deus junto às outras pessoas, vivendo como discípulos do Cordeiro, ou seja, como lâmpadas que refletem em si a luz que é o próprio Deus (cf. Ap 21,12.14.22-23). 

               Pe. Paulo Cezar Mazzi 

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