quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

ATRAVESSAR OS OBSTÁCULOS E CONTINUAR O CAMINHO


Missa do 4º. dom. comum. Palavra de Deus: Jeremias 1,4-5.17-19; 1Coríntios 12,31 – 13,13; Lucas 4,21-30. 

As leituras que ouvimos na semana passada (3º. domingo do tempo comum) nos falaram da força da Palavra de Deus, Palavra que transforma a nossa tristeza em alegria (1ª. leitura), que unifica e congrega o que está dividido e disperso em nós (2ª. leitura), Palavra que sempre tem algo novo a dizer para o nosso “hoje” (Evangelho). Mas fica uma pergunta: por que a Palavra não cura, não faz passar da morte para a vida e não transforma a vida de todos os que a ouvem? Porque ela não encontra fé em todos; porque, em lugar da fé, ela encontra resistência, acomodação, falta de vontade em mudar, falta de humildade em reconhecer aquilo que ela, a Palavra, denuncia como sendo nosso erro, nosso pecado.
O Evangelho de hoje, que retoma o anúncio feito por Jesus a respeito da Palavra de Deus na sinagoga de Nazaré, nos faz entender que a Palavra sempre provoca algum tipo de reação em quem a ouve: pode ser alegria, admiração, gratidão, docilidade, mas pode ser também tristeza, raiva, indignação, revolta. As mesmas pessoas que estavam “admiradas com as palavras cheias de encanto que saíam” da boca de Jesus (cf. Lc 4,22), agora se levantam, revoltadas, furiosas (v. 28), e o empurram para fora da sinagoga, com a intenção de lançá-lo num precipício.
Essa atitude, essa mudança brusca da admiração para a fúria, não é tão desconhecida. Todos nós, de vez em quando agimos assim. Seja na conversa informal com um amigo, seja numa consulta médica ou numa terapia, seja numa direção espiritual, seja durante uma homilia, acabamos por ouvir aquilo que precisávamos ouvir, mas que não gostaríamos de ouvir, e imediatamente reagimos com raiva, ficamos furiosos porque alguém nos disse uma verdade que não admitimos reconhecer em nossa vida.
O que os habitantes de Nazaré ouviram que os deixou tão furiosos com Jesus? Jesus, usando dois exemplos do passado – as palavras do profeta Elias e do profeta Eliseu, que não foram acolhidas pelo povo de Israel, mas sim por estrangeiros –, revelou aos habitantes de Nazaré que existia no coração deles falta de fé em relação à Palavra, além de má vontade em colocá-la em prática. Podemos traduzir isso para os nossos dias.
 Existe hoje um interesse pela Palavra, mas apenas enquanto ela funciona como auto-ajuda. Os pregadores de maior sucesso são aqueles que “transformam”/ “pervertem” a Palavra de Deus em receita para se dar bem na vida, para prosperar, para se tornar um vencedor, não que a Palavra também não possa fazer isso, mas o objetivo dela não é estar a serviço dos nossos interesses, e sim nos confrontar com a verdade que nos liberta e nos revelar a vontade do Pai para a nossa vida.
Aqueles que ficaram furiosos com as palavras de Jesus tentaram lançá-lo no precipício (vs.28-29). Sempre que você se encher de fúria por ter ouvido algo que não gostou, procure analisar o verdadeiro motivo pelo qual aquela palavra te incomodou tanto. Ali está uma chave importante para que você tenha acesso a uma verdade que está escondida dentro de você, uma verdade que, se for ouvida e acolhida, poderá livrar você de continuar a caminhar na direção de um precipício.
A reação de Jesus tem algo muito importante a nos dizer: “Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho” (Lc 4,30). A Palavra continuará a ser proclamada e, não obstante as resistências que encontra em tantas pessoas, continuará o seu caminho, em busca de corações capazes de ouvi-la, desejosos de serem convertidos, curados e transformados. A Palavra é a manifestação do amor de Deus, amor que não desiste só porque encontrou obstáculos, porque encontrou portas fechadas. Como nos lembrou a própria Palavra, o amor “suporta tudo, crê tudo, espera tudo, desculpa tudo” (1Cor 13,7).
Assim como Deus ontem precisou de Jeremias para anunciar a Sua Palavra, hoje Ele precisa de você. Sempre que você se colocar a serviço da Palavra de Deus, vai experimentar momentos de admiração, mas também momentos de fúria, por parte dos outros; vai encontrar pessoas abertas a ouvir a Palavra, mas também pessoas que vão querer calar a sua voz a todo custo, e se não conseguirem isso por meios lícitos, usarão de meios ilícitos, até que você desista de proclamar a Palavra. Lembre-se do que Deus disse a Jeremias: “Eu te consagrei e te fiz profeta... Eu te transformarei hoje numa cidade fortificada, numa coluna de ferro, num muro de bronze (ou seja, numa pessoa forte, que não desanimará, nem se deixará derrubar facilmente pela rejeição que vai encontrar). Eles farão guerra contra ti, mas não prevalecerão, porque eu estou contigo para defender-te” (citação livre de Jr 1,18-19).
Independente dos inúmeros obstáculos que você encontrar, faça como Jesus: passe pelo meio deles e continue o seu caminho, levando a Palavra que é a manifestação do incansável amor de Deus, do “incansável amor que procura a quem transformar e transforma a quem encontrar” (Pe. Fábio de Melo, na música “Lugares”, de Walmir Alencar). 
                                             Pe. Paulo Cezar Mazzi

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

OUVIR E ACOLHER A PALAVRA NO "HOJE" DA SUA VIDA

Missa do 3º. dom. comum. Palavra de deus: Neemias 8,2-4a.5-6.8-10; 1Coríntios 12,12-14.27; Lucas 1,1-4; 4,14-21.

           O nosso mundo é o mundo das imagens. Diariamente somos atingidos por imagens que “falam” conosco, que nos seduzem, nos emocionam, que despertam em nós sentimentos profundos, ambíguos e contraditórios. A nossa era é a era da imagem. O “hoje” da nossa vida é infestado de imagens, mas Deus escolheu se revelar a nós não por meio de imagens, e sim por meio da Palavra (cf. Dt 4,12).
           Estamos no Ano da Fé, e devemos recordar que nós, cristãos, “caminhamos pela fé, não pela visão” (2Cor 5,7). O cristão não vive por aquilo que vê (imagens, sejam elas sagradas ou profanas), mas por aquilo que crê (na Palavra do nosso Deus). E as leituras que acabamos de ouvir nos falam da força da Palavra na vida daquele que nela crê: a Palavra que devolve alegria e força ao coração humano (1ª. leitura), a Palavra que desfragmenta os relacionamentos, que unifica o que está separado (2ª. leitura), a Palavra que nunca é mera repetição do passado, mas que sempre tem algo a dizer para o “hoje” da nossa vida (Evangelho).
           O texto de Neemias serve de exame de consciência sobre a maneira como nos colocamos diante da Palavra, sobretudo quando a ouvimos na Igreja. A Palavra coloca em pé, isto é, levanta, tira da prostração aquele que a escuta. A Palavra faz você se inclinar e se prostrar não diante dos seus problemas, não diante das injustiças, mas diante do Deus que é maior do que os problemas e as injustiças humanas. A Palavra questiona os motivos da nossa tristeza e nos devolve as razões da nossa alegria. Mas para isso, precisamos ouvir a Palavra com atenção e acolhê-la com o nosso “Amém!”, colocando nela a nossa fé, como quem finca uma estaca no chão. (“Amém!” era no nome das estacas que Israel usava para fincar suas tendas no chão, enquanto peregrinava pelo deserto).     
           A carta de São Paulo nos mostra que a Palavra respeita a individualidade de cada um de nós, mas nos convida a trabalhar pela unidade do Corpo de Cristo, que é a Igreja. Neste sentido, a Palavra cura. Quando alimentamos em nós divisões e separações adoecemos, além de enfraquecer o anúncio do Evangelho. Mas quando nos colocamos na obediência à Palavra, trabalhamos em favor da união e da comunhão, o que devolve vida aos nossos relacionamentos e credibilidade ao anúncio do Evangelho.
           Quando Jesus veio ao mundo, a humanidade pôde compreender que a Palavra é uma Pessoa! São Lucas, no início do seu Evangelho, nos fala de Jesus como Aquele que anuncia a Palavra com a força do Espírito. Porque Ele é a Palavra e porque Ele é o “Amém!” a todas as promessas contidas na Palavra (cf. 2Cor 1,20), só Ele pode dizer, após anunciar a Palavra para nós: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir” (Lc 4,21).
      Você pode se deparar com o mesmo texto bíblico inúmeras vezes, mas o seu “hoje” não é o mesmo. Cada vez que você escuta ou lê a Palavra, deve se dar conta de que ela quer falar ao “hoje” da sua vida. Ontem, os ossos secos do povo de Israel ouviram a Palavra, se deixaram penetrar pelo Espírito e reviveram (cf. Ez 37,4-5). Hoje você pode se permitir a mesma experiência. Ontem, um pai recebeu a cura de seu filho quando acreditou na palavra que Jesus lhe disse: “Vai, teu filho vive” (cf. Jo 4,50.53). Hoje você pode receber esta mesma graça. Ontem, Lázaro pôde sair do seu túmulo de morte ao ouvir Jesus lhe dizer: “Lázaro, vem para fora!” (Jo 11,43). Hoje é a você que está sendo proclamada a Palavra capaz de fazê-lo(a) passar da morte à vida (cf. Jo 5,24). Portanto, querido irmão, querida irmã, a questão não é se a Palavra pode alguma coisa na sua vida hoje; a questão é se hoje você acolhe a Palavra; a questão é como você ouve (ou lê) a Palavra hoje; a questão é até onde você permite que a Palavra penetre hoje em você...
Pe. Paulo Cezar Mazzi

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

LEVA-ME ÀS ÁGUAS PROFUNDAS! AVIVA-ME DE NOVO, SENHOR!


Missa do batismo do Senhor – Palavra de Deus: Isaías 42,1-4.6-7; Atos 10,34-38; Lucas 3,15-16.21-22.

“Leva-me às águas profundas! Aviva-me de novo, Senhor! Leva-me às águas profundas! Fala ao meu coração!” (Tony Allysson, Águas profundas). A Palavra que acabamos de ouvir quer nos reconduzir para as águas profundas do nosso batismo, águas que nos mergulharam em Deus.
Para a grande maioria de nós, o nosso batismo aconteceu quando éramos crianças. Ele foi um símbolo do que é a graça de Deus: antes de qualquer atitude nossa no sentido de nos afastar de Deus e do Seu amor, Ele nos amou e nos mergulhou no Seu amor; antes de usarmos mal a nossa liberdade e decidirmos viver a nossa vida segundo o nosso egoísmo, Ele derramou sobre nós o Seu Espírito, convidando-nos a nos deixar conduzir por esse mesmo Espírito.
Ao nos colocar diante do Batismo de Jesus, a Palavra hoje nos convida a tomar consciência da verdade e do significado do nosso próprio Batismo. “Batizar” significa “mergulhar”. Embora vivamos mergulhados no mundo, precisamos a cada dia voltar a mergulhar em Deus, para não perder a consciência de quem somos. Ouvindo tantas vozes que falam conosco – a voz dos nossos conflitos interiores, dos nossos medos, das nossas angústias e preocupações, a voz das cobranças externas, do barulho do mundo, a voz do nosso próprio pecado etc. – precisamos nos voltar para “a voz do Senhor sobre as águas” (Sl 29,3) tempestuosas da nossa vida, a voz do Pai que continua a pronunciar sobre cada um de nós o que pronunciou no dia do nosso Batismo: “Tu é o meu filho amado...” (Lc 3,22).
Descrevendo para nós a figura do Servo de Deus, o profeta Isaías nos ajuda a perceber se estamos vivendo de acordo com o Batismo que recebemos ou não. Eis as características do Servo de Deus – e da pessoa que vive segundo o seu Batismo: ele não faz barulho, não chama a atenção dos outros para si; não age com brutalidade; enxerga o que ainda há de bom em cada pessoa; é tolerante e tem esperança na possibilidade de mudança de cada pessoa; procura ajudar para que cada um se confronte com a verdade; não desanima, nem se deixa abater, até que a justiça se estabeleça na sociedade... (cf. Is 42,2-4).
Você se reconhece nessas atitudes? Elas dizem o quanto você está vivendo de acordo ou não com o seu Batismo, o quanto você se deixa conduzir ou não pelo Espírito que recebeu no dia do seu Batismo. Também o apóstolo Pedro nos ajuda a rever a nossa postura enquanto batizados, ao mencionar que, depois do Batismo, Jesus “foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem... (At 10,38). O bem que Deus chama cada um de nós, batizados, a fazer pode ser traduzido nessas palavras: “Eu, o Senhor, te chamei para a justiça; eu te formei para... abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas” Is 42,6-7).
“Leva-me às águas profundas! Aviva-me de novo, Senhor! Leva-me às águas profundas! Fala ao meu coração!”. O Evangelho nos coloca diante da cena do Batismo de Jesus: “E, enquanto rezava, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre Jesus... E do céu veio uma voz: ‘Tu és o meu filho amado...’” (Lc 3,21-22). Muitos pais se preocupam em batizar seus filhos depois que nascem, mas muitos deles se esquecem de alimentar a consciência da filiação divina em seus filhos por meio da oração.
É próprio de São Lucas sublinhar que o céu se abriu sobre Jesus não no momento do Batismo, mas depois, enquanto ele rezava. Como anda a sua vida de oração? Você reza como um batizado, que faz da oração a sua abertura para Deus, ou reza como um pagão, que faz da oração sua tentativa de abrir o céu à força e conseguir isso ou aquilo de Deus? Quando rezamos como batizados, como pessoas que se abrem para Deus, o céu também se abre sobre nós, e recebemos do Pai a Sua maior bênção, o dom do Seu Espírito.
Toda oração, vivida como abertura para Deus, nos dá a graça de voltar a ouvir o Pai. Nós precisamos dessa voz, que fala conosco sobre as águas imensas, as águas tempestuosas da nossa vida, sobre o barulho do mundo que tantas vezes nos torna surdos à voz de Deus. A cada dia nós precisamos voltar a ouvir o Pai nos dizer: “Tu és o meu filho amado...” (Lc 3,22). Assim, movidos pelo Espírito que recebemos no Batismo, declaramos: “Eu sou teu filho amado. Reconstruiremos minhas muralhas. Eu sou teu filho amado. Reconstruiremos minhas muralhas, pelo poder da Tua palavra!” (Diego Fernandes, Pelo poder da Tua palavra). E suplicamos mais uma vez: “Leva-me às águas profundas! Aviva-me de novo, Senhor! Leva-me às águas profundas! Fala ao meu coração!”. 
                                                                       Pe. Paulo Cezar Mazzi

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A CONSTANTE PROCURA POR DEUS


Missa da Epifania do Senhor. Palavra de Deus: Isaías 60,1-6; Efésios 3,2-3a.5-6; Mateus 2,1-12.

Na noite de Natal, ouvimos o anúncio do Evangelho: “Nasceu hoje para vós um Salvador, que é Cristo Senhor” (Lc 2,11). O dom já foi feito. A salvação de Deus já foi enviada aos homens. Mas, quem está aberto a acolher o dom? Quem está disposto a caminhar ao encontro da salvação que vem de Deus? A presença dos magos do Oriente neste evangelho serve de questionamento para nós: o que adiante saber que nasceu para nós um Salvador, se não estamos dispostos a caminhar até onde Ele está?
O tempo do Natal caminha para o seu término, e o Evangelho de hoje nos fala desta procura dos magos do Oriente para saber onde Jesus nasceu e como fazer para encontrá-lo. Dessa maneira, compreendemos que o Natal é um mistério que permanece em aberto: Jesus, o Filho de Deus, nasceu como Salvador de toda pessoa humana, mas essa salvação só se efetua na vida de quem sai de si, de quem rompe com seu comodismo e se dispõe a caminhar ao encontro daquele que pode nos dar a salvação.
Hoje é a festa da Epifania do Senhor. Epifania significa “manifestação”. Na noite de Natal ouvimos o apóstolo Paulo dizer que “a graça de Deus se manifestou para a salvação de todos os homens” (Tt 2,11). Porque Deus “quer que todos os homens sejam salvos” (1Tm 2,4), Ele fala ao coração de cada pessoa de um modo particular, convidando-a a se abrir à fé. Foi assim que Ele se manifestou aos magos do Oriente por meio de uma estrela: “E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino” (Mt 2,9). Desse modo, pedimos a Deus que abra a porta da fé ao coração de cada ser humano, para que reconheça e acolha a salvação que seu Filho nos trouxe com o seu nascimento.
Na estrela que guiou os magos até Jesus está o convite da Palavra de Deus para que cada um de nós viva de tal modo a ser um sinal que conduza as pessoas a Jesus, que desperte nelas o desejo de conhecê-lo, amá-lo e segui-lo. Como acabou de nos lembrar o profeta Isaías, “está a terra envolvida em trevas, nuvens escuras cobrem os povos” (Is 60,2). Muitas pessoas hoje se sentem perdidas, porque aquilo que pensavam ser luz em sua vida as mergulhou numa profunda escuridão. Muitas luzes se apagaram, muitas esperanças se frustraram e muitos não conseguem enxergar mais a sua própria luz. Deus nos envia para esse mundo escuro, como enviou Isaías, para que possamos proclamar a toda pessoa: “Levanta-te, (...) porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor, (...) sobre ti apareceu o Senhor” (Is 60,1-2).  
A busca dos magos por Jesus é a busca do coração humano por Deus. No coração de toda pessoa, até mesmo daquela que pensa não crer em Deus, existe uma busca por Deus, uma busca pela Verdade, uma busca por Sentido. Essa busca foi traduzida no salmo 27 com essas palavras: “Meu coração diz a teu respeito: ‘Procura sua face!’ É tua face, Senhor, que eu procuro, não me escondas a tua face” (Sl 27,8-9). Todo ser humano busca a Deus. Em alguns, essa busca é consciente; em outros, ela é inconsciente. Quando a pessoa não sabe interpretar a voz do seu coração, que procura por Deus, acaba tentando calar essa voz com falsas respostas, como as drogas, o consumismo, o ativismo, a compulsividade etc.
Muitos hoje desistiram de buscar a Deus, porque o caminho da fé é muitas vezes árduo, um caminho que exige perseverança, discernimento, um caminho feito não apenas de respostas, mas de muitas perguntas. Mas o encontro dos magos com Jesus nos mostra que a nossa busca por Deus nunca será inútil. Nas noites escuras da nossa fé, Deus sempre providenciará uma estrela para nos guiar, até que possamos estar diante de seu Filho, reconhecendo-O como nosso Salvador, como Aquele que o nosso coração sempre buscou. Para Ele oferecemos o que temos de mais precioso: nosso ouro, aquilo que temos; nosso incenso, aquilo que desejamos; nossa mirra, aquilo que somos.   
                                                              Pe. Paulo Cezar Mazzi