Missa do 3. dom. comum. Palavra de Deus: Neemias 8,2-4a.5-6.8-10; 1Coríntios 12,12-30; Lucas 1,1-4; 4,14-21.
A
conexão se tornou absolutamente necessária em nosso tempo. Seja para a vida de
negócios (trabalho), seja para a familiar (relacionamentos), seja para o nosso
entretenimento (internet, redes sociais), todos nós acabamos necessitando estar
de alguma forma conectados. Mas, e a nossa conexão com Deus? Como ela acontece?
Quem hoje busca conectar-se com Deus?
Quem
tomou a iniciativa de se conectar a nós foi o próprio Deus, e Ele o fez não através
de alguma imagem, mas unicamente através da sua Palavra. O nosso Deus não tem
imagem, porque Ele transcende tudo o que possamos imaginar a respeito d’Ele. Moisés,
ao comunicar ao povo de Israel a Palavra de Deus (Lei), deixou claro: “O Senhor
Deus falou com vocês do meio do fogo. Vocês ouviram o som das palavras, mas não
viram nenhuma imagem: nada, além de uma voz” (Dt 4,12).
Hoje,
a nossa geração é altamente atingida pela força das imagens e pouco interessada
em ouvir palavras. As pessoas passam horas vendo fotos, imagens, vídeos nas redes
sociais, mas não têm paciência para lerem um texto de mais de quatro linhas.
Além disso, todo mundo fala o que quer nas redes sociais, todo mundo posta a
sua opinião sobre diversos assuntos, mas quem escuta alguém? Se o nosso Deus é
Palavra, como está a nossa escuta d’Ele? Qual tempo do nosso dia nós temos dado
a Deus para que Ele fale conosco?
A
leitura de Neemias nos revela algo muito importante: a Palavra não é um livro,
mas uma Pessoa! A Palavra de Deus é o próprio Deus vivo falando conosco. Ele se
dirige a todas as pessoas que são capazes de compreender. A sua Palavra deve
ser transmitida de forma compreensível para as pessoas do nosso tempo:
crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. Essa Palavra deve ser
proclamada a partir de um lugar alto, à vista de todos. Ela tem força para nos
colocar em pé, para nos levantar da nossa prostração e do nosso desânimo!
Diante dela, somos chamados a responder com o nosso “Amém”, palavra que
significa “eu creio” na Palavra que ouvi; “eu espero” nessa Palavra, até que
ela se cumpra em minha vida. E após acolhermos a Palavra, nós nos inclinamos,
lembrando a atitude de Maria: “Faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1,38).
Essa Palavra é a alegria de Deus para fortalecer a nossa vida!
Apesar
da força transformadora da Palavra de Deus, a letra dessa Palavra não se tornou
espírito no coração humano, porque o homem não permitiu que ela adentrasse o
seu interior e modificasse suas atitudes. Quando Jesus veio ao mundo, nós
ficamos sabendo que “a Palavra de Deus se fez pessoa humana e habitou entre nós”
(Jo 1,14). Ele mesmo afirmou que suas palavras são “espírito e vida” (Jo 6,63);
somente Ele tem “palavras de vida eterna” (Jo 6,68)! É assim que vemos Jesus na
sinagoga, lugar da proclamação e da escuta da Palavra de Deus, lendo e
comentando um texto bíblico.
Jesus
viveu sua relação com Deus como a maioria do povo judeu simples, muito mais a
partir da Palavra do que dos sacrifícios que aconteciam no Templo, em
Jerusalém. Sua maneira de explicar a Palavra de Deus nas sinagogas falava ao
coração das pessoas, de forma que “todos o elogiavam” (Lc 4,15). No Evangelho
de hoje, Jesus se encontra na sinagoga de Nazaré, a cidade onde ele morou desde
pequeno. Ao abrir a Escritura, ele proclama o seguinte texto do profeta Isaías:
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para
anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos
cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para
proclamar um ano da graça do Senhor” (Lc 4,18-19).
“O
Espírito do Senhor” está sobre cada um de nós, cristãos. Ele nos consagra com a
unção – óleo que penetra no corpo para sarar as feridas da alma. Nossas
palavras devem ser portadoras desse óleo que cura feridas, comunicando
esperança, alegria, força, ânimo para os pobres deste mundo. Assim como Jesus,
somos enviados a “proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação
da vista; para libertar os oprimidos...”. Toda pessoa que acolhe com fé a palavra
do Evangelho passa por um processo de libertação; passa a ver a vida com outros
olhos e ganha força para começar a romper com tudo aquilo que a oprime,
escraviza e adoece.
Mas
o mais importante de tudo é o que Jesus diz, ao encerrar a proclamação da
Palavra de Deus: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de
ouvir” (Lc 4,21). A Palavra é a mesma – a Sagrada Escritura não pode ser
anulada ou modificada. Contudo, ela nunca é a mesma, porque todo hoje é novo,
diferente, único. Para cada “hoje” da nossa vida – para cada situação
específica que vivenciamos – há uma Palavra que deseja iluminar as nossas
escolhas e orientar nossas decisões. Mas é preciso que nos aproximemos da
Palavra diariamente. A nossa alma necessita de direção, e tal direção só pode
nos ser dada pela Palavra de Deus. Assim como nos alimentamos todos os dias,
precisamos nos abrir à Palavra que todos os dias o Senhor deseja dirigir ao
nosso coração.
Uma
última questão. Apesar de vivermos numa época de forte individualismo, onde até
mesmo a relação com Deus é prejudicada neste sentido, fechando a pessoa em si
mesma e não se importando com o seu semelhante, o apóstolo Paulo nos recordou
algo muito sério: toda pessoa que acolhe a Palavra de Deus compreende-se dentro
de um corpo. Este corpo tem uma dimensão familiar (casa), social (trabalho,
mundo) e espiritual (Igreja). Ela jamais se considera o órgão principal do
corpo, assim como jamais despreza os órgãos que parecem ser menos importantes. Todos
nós, seres humanos, compomos um imenso organismo, que é a humanidade. “Se um
membro sofre, todos os membros sofrem com ele; se é honrado, todos os membros
se alegram com ele” (1Cor 12,26). O cuidado com o que é comum favorece a todos;
o cuidado apenas com aquilo que interessa ao nosso egoísmo prejudica a todos.
Sejamos
bons ouvintes da Palavra de Deus. Permitamos que o Espírito Santo nos conduza
para junto das pessoas que necessitam ser alcançadas pelo Evangelho de Cristo.
Lembremos do importantíssimo conselho de São Francisco de Assis: “Fale sempre
do Evangelho. Se for preciso, use palavras”. Que as nossas atitudes diárias falem
de Deus às pessoas com as quais convivemos!
Pe.
Paulo Cezar Mazzi
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