Missa do 19º. dom. comum. Dia dos pais. Palavra de Deus: 1Reis
19,9a.11-13a; Romanos 9,1-5; Mateus 14,22-33.
Ninguém passa
pela vida sem enfrentar contrariedades, assim como ninguém atravessa o mar da
vida sem enfrentar ventos contrários. Mas, para que servem as contrariedades?
Para que servem os ventos contrários? Não há uma resposta única. Algumas vezes,
as contrariedades surgem para nos fazer colocar os pés no chão, para nos
devolver o senso de realidade, para nos ensinar a encarar a vida como ela é.
Outras vezes, as contrariedades surgem como uma forma de testar a nossa
capacidade de perseverança, para verificar se temos um objetivo sério na vida e
se estamos dispostos a lutar para alcançá-lo. Mas também é possível que as
contrariedades e os ventos contrários sejam a forma que o maligno encontra para
nos fazer desistir dos nossos ideais, abrindo mão dos nossos valores e nos
desviando da meta da nossa salvação.
A forma como
lidamos com os ventos contrários ou com as contrariedades da vida está ligada à
nossa fé; mais especificamente, à imagem que temos de Deus. Para quem imagina
Deus como um Pai que superprotege o filho e que está ali para preservá-lo de
todo tipo de frustração, os ventos contrários são motivo suficiente para se
revoltar contra Deus e para abandonar a fé. Mas, para quem imagina Deus como um
Pai que deseja que seu filho cresça, se torne forte e capaz de encarar a vida
com a cabeça erguida, os ventos contrários são sempre uma oportunidade de
crescimento e de fortalecimento da sua fé.
Os ventos
contrários têm um rosto bem concreto: é a economia que não anda bem, o
desemprego ou a ameaça dele, as doenças e as guerras, os ataques contra a família,
a inversão de valores, a violência dentro e fora de casa, as drogas, as pessoas
que nos perseguem em nosso ambiente de trabalho, o jogo de cartas marcadas em
alguns concursos públicos etc. Enquanto algumas pessoas ainda resistem a esses
ventos e procuram manter o rumo da barca da sua vida, outras acharam mais fácil
deixar de remar, deixar de lutar, e se permitiram serem arrastadas pelo
vento...
No meio da noite,
da escuridão, da tempestade, os discípulos viram Jesus andando sobre o mar
agitado, vindo ao encontro deles. Era “pelas três horas da manhã...” (Mt
14,25). Para alguns cristãos, a oração das três horas da tarde é a oração das
causas difíceis, enquanto que a oração das três horas da manhã é a oração das
causas impossíveis. Quando nos parece impossível atravessar os ventos
contrários e prosseguir com a nossa vida, Jesus nos diz: “Coragem! Sou eu. Não
tenhais medo!” (Mt 14,27). ‘Coragem! Eu estou com você nesta travessia. Não
desista! Não se curve diante do vento!’
O problema é que
nós temos uma dificuldade enorme em ouvir Deus nos falar no meio da nossa
tempestade. De fato, ao narrar o encontro de Elias com Deus, a Escritura afirma
que “o Senhor não estava no vento... não estava no terremoto... não estava no
fogo...” (1Rs 19,11-12). Mas o livro de Jó nos ensina que Deus também fala
conosco no meio das nossas tempestades (cf. Jó 38,1). Assim como aconteceu com
Elias, nós não vamos encontrar Deus na agitação das nossas emoções, mas somente
quando o nosso coração silenciar, a ponto de ouvir “o murmúrio de uma leve
brisa” (1Rs 19,12-13a).
Uma árvore que
cresce enfrentando ventos contrários tem o seu tronco fortalecido e suas raízes
fincadas no mais profundo da terra. Por isso, ela dificilmente tomba quando os
ventos sopram contra. Se não queremos tombar diante das contrariedades da vida,
precisamos ter nossas raízes fincadas em Deus, o que significa desenvolver um
relacionamento com Ele marcado pela profundidade e não pela superficialidade.
Hoje comemoramos
o dia dos pais e a abertura da Semana Nacional da Família. Por isso, “dobramos
os nossos joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda família no céu e na
terra, para pedir-lhe que conceda que nossas famílias sejam fortalecidas em
poder pelo Espírito Santo..., que Cristo habite pela fé em nossos corações e
que nossas famílias sejam enraizadas e fundadas no amor” (citação livre de Ef
3,14-17). Que cada membro da nossa família, em especial o pai, não se deixe
afundar no mar tempestuoso deste mundo, mas saiba gritar como Pedro: “Senhor,
salva-me!” (Mt 14,30).
É verdade que
muitas famílias e muitos pais estão afundando nos seus problemas, nos seus
erros, na sua falta de direção, porque se deixaram arrastar pelos ventos contrários,
mas Jesus está ao lado de cada família, com sua mão estendida, para nos lembrar
que o nosso verdadeiro inimigo não são os ventos contrários, mas a nossa falta
de fé, o nosso desânimo, a nossa desistência em remar contra a corrente,
mantendo a barca da nossa vida e da nossa família no rumo certo. Agarremo-nos
às mãos de Jesus, que está acima de todo poder maléfico, e nos deixemos salvar
por Ele.
Sugestão de
música para sua oração: https://www.youtube.com/watch?v=uHNmtQBM8Fo
Sem entusiasmo nada de grande foi jamais alcançado. Eu pedi forças, e Deus deu-me dificuldades para fazer-me forte. Eu pedi sabedoria, e Deus deu-me problemas para resolver. Eu pedi prosperidade e Deus deu-me cérebro e músculos para trabalhar. Eu pedi coragem, e Deus deu-me pessoas com problemas para ajudar. Eu pedi favores, e Deus deu-me oportunidades, Eu não recebi nada do que pedi, mas eu recebi tudo de que precisava.O Amor. É possível ao pai medir seu amor ao filho? Não existe amor maior nem mais puro que aquele que vive no coração paterno, nada a ele se assemelha. é algo tão grandioso que somente o coração de um pai pode comportar. Um sentimento puro, incomparável, tenha tb vc por seu filho esse amor que une e que faz uma só matéria em dois corpos dividir-se.
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