Missa
do 6º. dom. da Páscoa. Palavra de Deus: Atos 8,5-8.14-17; 1Pd 3,15-18; Jo 14,15-21.
Jesus
acabou de nos fazer uma promessa: “Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro
defensor, para que permaneça sempre convosco: o Espírito da verdade...” (Jo
14,16-17). Por que nós precisamos de um “defensor”? Porque o mundo em que
vivemos é um mundo que se opõe ao Evangelho e ataca, de diversas formas, quem
procura viver segundo o Evangelho. Existe um ataque contra a vida e contra quem
procura defender a vida. Existe um ataque contra a fé e contra a Igreja. Existe
um ataque contra a família, contra a fidelidade e contra a estabilidade do
casamento. Existem ataques externos, como a violência social, as inimizades e
os conflitos no ambiente de trabalho, a ameaça do desemprego, as doenças etc.
Mas existem também ataques internos, como as tentações, o pessimismo, o
desânimo, o abandono da fé e a perda da esperança...
Enquanto
Jesus estava com seus discípulos, ele os defendia, pois o verdadeiro Pastor
sempre defende as suas ovelhas. Mas Jesus devia voltar para o Pai, e sabia que
os seus discípulos, de todos os tempos, precisam de um defensor espiritual,
para não serem vencidos pelas dificuldades que encontrarão no mundo. Por isso,
ele nos prometeu enviar o Espírito Santo como nosso “outro defensor”.
Mas,
que tipo de defesa nos oferece o Espírito Santo? Não é uma defesa do tipo “blindagem”,
como um carro com vidros, lataria, rodas e pneus à prova de bala. A defesa que
o Espírito Santo nos oferece não é como uma redoma de vidro, colocada sobre nós
para impedir que qualquer ameaça de fora nos atinja. Na verdade, a defesa do
Espírito Santo é interna e não externa: “ele permanecerá junto de vós e estará
dentro de vós” (Jo 14,17). A defesa do Espírito Santo não nos é dada para fugir
dos conflitos da vida, sejam eles internos ou externos, mas sim para
enfrentá-los, pois, como diz a Escritura, “Deus não nos deu espírito de medo,
mas um espírito de força...” (2Tm 1,7). A defesa que o Espírito Santo exerce em
nosso favor é uma força interior para não quebrarmos quando enfrentamos
problemas, dificuldades, conflitos, ameaças, desafios. Por isso, Ele também é
chamado por Jesus de “força do Alto” (Lc 24,49).
Talvez
você esteja se perguntando: ‘Por que eu não sinto a defesa do Espírito Santo em
mim?’ Então, eu lhe pergunto: Será que você não está se defendo d’Ele? Embora o
Espírito Santo seja a força do Alto, seja o nosso defensor, Ele sempre respeita
a nossa liberdade: Ele entra onde nós permitimos; Ele conduz a vida de quem se
deixa conduzir por Ele (cf. Rm 8,14); Ele desce sobre aqueles que O pedem ao
Pai todos os dias na oração (cf. Lc 11,13). Se nós queremos experimentar a
defesa do Espírito Santo, precisamos parar de nos defender d’Ele, parar de
opor-Lhe resistência e nos tornar obedientes às Suas inspirações.
“Pedro
e João impuseram-lhes as mãos (sobre os habitantes da Samaria), e eles
receberam o Espírito Santo” (At 8,17). O gesto de imposição das mãos nos fala
da necessidade de nos submeter ao Espírito Santo e permitir que Ele cubra a
nossa fraqueza com a Sua força. Desse modo, quando o mundo quiser nos intimidar
e nos calar, poderemos enfrentá-lo, sabendo dar razão da nossa esperança a toda
pessoa que nos questionar a respeito dela (cf. 1Pd 3,15).
Uma
última palavra: embora o Espírito Santo seja o nosso defensor, algumas vezes
Ele não nos defenderá do sofrimento, quando este for necessário para o nosso
crescimento, nossa conversão, nossa santificação e para a redenção da
humanidade. É por isso que a Escritura diz: “(...) será melhor sofrer
praticando o bem, se essa for a vontade de Deus, do que praticando o mal” (1Pd
3,17). E ainda que esse sofrimento nos obrigue a morrer para algumas coisas,
olhemos para Cristo: Ele “sofreu a morte na sua existência humana, mas recebeu
nova vida pelo Espírito” (1Pd 3,18). Entreguemos, portanto, a nossa vida e a
vida de cada ser humano às mãos do Espírito Santo, nosso defensor.
Pe. Paulo Cezar Mazzi
Vem, ó Espírito criador, visita as nossas mentes. Enche
do teu amor os corações que criaste.
Ó doce Consolador, dom do Pai
Altíssimo, água viva, fogo, amor, santo crisma da alma. Dedo da mão de Deus,
promessa do Salvador, derrama os teus sete dons, suscita em nós a Palavra. Sê luz do intelecto, chama ardente no coração, sara as
nossas feridas com o bálsamo do teu amor. Defende-nos do inimigo, concede o dom
da paz. Que a tua guia invencível nos preserve do mal.
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