Missa do 18º. dom. comum. Palavra de
Deus: Eclesiastes 1,2; 2,21-23; Colossenses 3,1-5.9-11; Lucas 12,13-21.
Seja muito, seja pouco, seja o
suficiente, o fato é que o dinheiro está presente em sua vida. Como você o
administra? Ou você já passou a ser administrado(a) por ele? Sejam muitos,
sejam poucos, sejam o suficiente, o fato é que alguns bens estão presentes em
sua vida. É você que possui seus bens ou são eles que possuem você?
“A vida de um homem não consiste na abundância de bens” (Lc 12,15). A vida de nenhum ser humano está garantida pela quantidade de bens que possui. Apesar dessa verdade bíblica, nós nos deixamos enganar por um mundo que, ilusoriamente, nos garante que a nossa felicidade, a nossa paz, a nossa realização, a nossa autoestima depende absolutamente dos bens que possuímos: quanto mais bens, mais felicidade; quanto menos bens, menos felicidade.
“A vida de um homem não consiste na abundância de bens” (Lc 12,15). A vida de nenhum ser humano está garantida pela quantidade de bens que possui. Apesar dessa verdade bíblica, nós nos deixamos enganar por um mundo que, ilusoriamente, nos garante que a nossa felicidade, a nossa paz, a nossa realização, a nossa autoestima depende absolutamente dos bens que possuímos: quanto mais bens, mais felicidade; quanto menos bens, menos felicidade.
No mundo em que vivemos sem dúvida
nenhuma o dinheiro é necessário, assim como alguns bens são necessários. O
problema levantado por Jesus no Evangelho não é o dinheiro ou os bens, mas a
forma como lidamos com eles em nossa vida. “Tomai cuidado contra todo tipo de
ganância” (Lc 12,15). O dinheiro, os bens exercem fascínio sobre todos nós e facilmente
nos levam à idolatria, ou seja, nos levam a acreditar que a garantia da nossa
vida está neles e não em Deus. Por isso, a Palavra nos adverte: “a cobiça... é
idolatria” (Cl 3,5).
Este homem da parábola administrava
seu dinheiro e seus bens unicamente em função de si. Para ele, os outros não
existiam. Aqui é preciso que cada um se pergunte: Meu dinheiro é empregado
somente para as minhas coisas, ou reservo uma parte dele para ajudar os outros,
seja por meio da Igreja, seja por meio de alguma entidade beneficente? Até que
ponto o meu coração não está voltado apenas para as coisas terrestres,
esquecendo-me das coisas celestes? O apóstolo Paulo usa uma expressão forte:
“Fazei morrer o que em vós pertence à terra...” (Cl 3,5). “Fazer morrer”
significa não permitir que o dinheiro ou os bens materiais mandem em mim.
Dias atrás o Papa Francisco afirmou
que Deus está nos pedindo simplicidade. Aos
bispos e aos padres Francisco tem pedido que não entristeçam os pobres, que
morem em casas simples e que andem em carros simples. Sem dúvida nenhuma, as
palavras e o comportamento profético do Papa Francisco têm devolvido
credibilidade à nossa Igreja perante o mundo. Muitos de nós concordamos
plenamente com o nosso Papa, mas, se não queremos ser hipócritas, precisamos também
rever nosso próprio estilo de vida, pois o Evangelho julgará a todos nós, e não
somente aos ministros da Igreja.
Ainda falando do nosso Papa, há
tempos atrás ele disse: “Eu nunca vi um caminhão de mudança atrás de um cortejo
fúnebre”. Isso vem de encontro à pergunta de Jesus: “Quando pedirem de volta a
sua vida, para quem ficará o que você acumulou?” (citação livre de Lc 12,20). Os
bens que você acumula não têm o poder de impedir que você morra, e quando você
morrer, não poderá levar consigo aquilo que acumulou. A única coisa que pode
acompanhar você na morte e no seu encontro com Deus é o bem que você fez aos
outros com o dinheiro que possuía.
Dizem que existem pessoas tão pobres, mas
tão pobres que a única coisa que elas possuem é dinheiro. Possuem muitos bens,
mas não possuem amigos verdadeiros; experimentam muitos prazeres, mas não
experimentam a verdadeira alegria; são capazes de construir muitas coisas
materiais, mas não conseguem construir uma verdadeira família; são pessoas que
têm os celeiros cheios, mas a alma vazia...
Jesus nos convida a sermos ricos para Deus, a não nos fecharmos em nós mesmos, nos distanciando de quem necessita. Somos convidados a passar do vazio de quem vive somente para si, para a alegria de quem aprendeu a viver para os outros. Com o salmista, peçamos ao Senhor que nos ensine a viver os breves dias da nossa existência neste mundo com sabedoria (cf. Sl 90,12), administrando nosso dinheiro, nossos bens, segundo os valores do Evangelho.
Jesus nos convida a sermos ricos para Deus, a não nos fecharmos em nós mesmos, nos distanciando de quem necessita. Somos convidados a passar do vazio de quem vive somente para si, para a alegria de quem aprendeu a viver para os outros. Com o salmista, peçamos ao Senhor que nos ensine a viver os breves dias da nossa existência neste mundo com sabedoria (cf. Sl 90,12), administrando nosso dinheiro, nossos bens, segundo os valores do Evangelho.
Pe. Paulo Cezar Mazzi
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