quinta-feira, 25 de abril de 2013

ELE PODE NOS FAZER PASSAR DA MORTE PARA A VIDA


Missa do 5º. dom. da páscoa. Palavra de Deus: Atos dos Apóstolos 14,21b-27; Apocalipse 21,1-5a.; João 13,31-33a.34-35.

Existe um remédio capaz de curar feridas, inclusive aquelas mais profundas. Existe uma força capaz de mudar as coisas, inclusive aquelas mais difíceis. Esse remédio capaz de curar feridas, essa força capaz de mudar as coisas se chama AMOR. O amor é algo tão forte, tão verdadeiro, tão profundo, que a Sagrada Escritura chega a afirmar que quando amamos, nós passamos da morte para a vida (cf. 1Jo 3,14). “Aquele que não ama, permanece na morte” (1Jo 3,15).
Cada um de nós teve, ao ser gerado, ao nascer e logo nos primeiros meses de vida, sua experiência de amor, a partir dos pais. Como os pais são humanos, e como tudo o que é humano é também limitado, ambíguo, imperfeito, condicionado, pode ser que poucas vezes na vida já nos sentimos amados incondicionalmente. Com toda a certeza, não existe uma pessoa que não tenha sido ferida no seu amor, na sua tentativa de amar e no seu desejo de ser amada. Mas Jesus, que todos os dias da sua vida terrena se voltou para o seio do Pai, onde ele recobrava a consciência de ser Seu Filho amado, nos desafia a amar, nos desafia a fazer essa experiência cotidiana da Páscoa, que é passar da morte para a vida deixando o amor voltar a falar conosco, em nós e nas nossas atitudes.
“Amai-vos uns aos outros” (Jo 13,34). O mesmo Jesus que nos convida a amar também nos alertou que “por causa do crescimento da maldade, o amor vai se esfriar no coração de muitas pessoas. Mas aquele que perseverar até o fim, esse será salvo” (citação livre de Mt 24,12), será salvo pela força do amor que carrega dentro de si. Há um crescimento sempre maior da violência, da injustiça, da intolerância, da agressividade, da indiferença para com o outro... Por causa disso, o amor tem se esfriado em nós também.
Mas a fé nos faz ver além do véu da realidade, e enxergar que, por trás da violência, da maldade, das drogas, dos crimes absurdos, existem pessoas que nunca se sentiram amadas, pessoas feridas no mais profundo de si mesmas e que a única coisa que aprenderam a fazer na vida foi repassar para os outros as feridas que receberam desde pequenas. Assim como o que está destruindo a humanidade é a decisão de não mais amar, aquilo que pode salvar a humanidade é a decisão de amar, de perseverar no amor até o fim, sabendo que “é preciso que passemos por muitos sofrimentos para entrar no Reino de Deus” (At 14,22).       
“Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13,34). O Evangelho nos convida a amar não como já fomos amados um dia por outras pessoas, mas como Jesus nos amou: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). Num mundo que detona com todas as razões que você teria para voltar a crer na força do amor, você só conseguirá perseverar até o fim no amor se cotidianamente se voltar, como Jesus, para o seio do Pai, de onde brota o amor, e reconhecer: “Teu amor é como a rocha, que não se quebra jamais! Teu amor é como o sol a nascer toda manhã” (Pe. Fábio de Melo, Cuidas de mim). 
“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13,35). Diferente do que atualmente é propagado por tantos falsos profetas, aquilo que distingue uma pessoa como discípula de Jesus Cristo, como alguém que encontrou o Deus vivo e verdadeiro, não é a prosperidade financeira, mas o amor. O amor que temos em nós e que expressamos em nossas palavras e atitudes reflete o quanto somos verdadeiros discípulos de Jesus. E quando vivemos como verdadeiros discípulos de Jesus, colaboramos para que Deus abra a porta da fé às pessoas com as quais convivemos (cf. At 14,27).
“A ternura do Senhor abraça toda criatura” (Sl 145,9). Dizem que um pai procurou um mestre espiritual no Oriente, levando consigo seu filho, um menino inquieto, agitado, que constantemente agredia a si mesmo e aos outros, como se estivesse possuído pelo maligno. Depois de ouvir as reclamações do pai, o mestre espiritual chegou perto do menino, e sem dizer palavra alguma, abraçou-o. Ficou assim por um longo tempo. Depois, sem dizer palavra alguma, devolveu o menino ao seu pai, curado...
O amor é assim, o remédio capaz de curar as feridas mais profundas, a força capaz de nos fazer passar da morte para a vida. O amor pode “criar um novo céu e uma nova terra” (cf. Ap 21,1). O amor pode “enxugar toda lágrima dos olhos” da humanidade cf. Ap 21,4). O amor pode “fazer novas todas as coisas” (cf. Ap 21,5). “Estas palavras são dignas de fé e verdadeiras” (Ap 21,5)


Pe. Paulo Cezar Mazzi 

sexta-feira, 19 de abril de 2013

A MINHA ALMA EM TUA VOZ ENCONTRA DIREÇÃO


Missa do 4º. dom. da Páscoa. Palavra de Deus: Atos dos Apóstolos 13,14.43-52; Apocalipse 7,9.14b-17; João 10,27-30.

A Sagrada Escritura escolheu a imagem da ovelha e do pastor para falar da nossa relação com Deus. A única coisa que mantém a ovelha unida ao seu pastor é a voz dele. Nenhuma corda, nenhuma coleira, nenhum cabresto. Apenas a voz do pastor. Por isso, Jesus declara: “As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem” (Jo 10,27).
“As minhas ovelhas escutam a minha voz”. Desde o Antigo Testamento, escutar Deus tornou-se condição para Israel se manter vivo (cf. Dt 6,4; Sl 95,7; Sl 81,9). Nós precisamos ouvir Deus, se quisermos viver. Mas, como escutar Deus, se os nossos ouvidos estão sempre ocupados? É verdade que Deus normalmente não fala aos nossos ouvidos, mas sim à nossa consciência e ao nosso coração. Mas, como ouvir Deus, se nos mantemos afastados da voz da nossa própria consciência, se temos medo de escutar nosso próprio coração?
 O fato é que nós nos tornamos pessoas incapazes de escutar. Antes de mais nada, não sabemos escutar as pessoas com as quais convivemos diariamente. Depois, não sabemos escutar nosso próprio interior. Por fim, não sabemos escutar Deus. Ou melhor, não queremos escutar Deus, pois, segundo a Bíblia, escutar é sinônimo de obedecer: “Mas meu povo não ouviu minha voz, Israel não quis obedecer-me” (Sl 81,12). E quando não queremos escutar/obedecer a Deus, perdemos o nosso GPS interior, ficamos sem bússola, sem direção: “então os entreguei ao seu coração endurecido: que sigam seus próprios caminhos!” (Sl 81,13). 
Paulo e Barnabé declararam que quando rejeitamos a palavra do Senhor, no sentido de não obedecê-la, agimos como pessoas indignas da vida eterna. Somente aquele que escuta a Palavra e a obedece destina-se à vida eterna (cf. At 13,46.48). Também Jesus deixa claro que aqueles que escutam a sua voz e o seguem encontram a vida eterna, não se perdem, não caminham sem direção: “Eu dou-lhes a vida eterna e elas jamais se perderão” (Jo 10,28). Quando diariamente tomamos a decisão de silenciar e nos colocar diante da palavra do Senhor, nossa vida encontra direção, encontra sentido; não nos perdemos nos descaminhos do mundo.
Não são poucas as pessoas que caminham sem direção, sem sentido, pessoas que têm se perdido e se destruído, que se habituaram a conviver com a voz do próprio egoísmo, da própria ambição e da própria agressividade, pessoas para as quais a voz de Deus se tornou estranha, que não se permitem parar, silenciar e ouvir a voz que pode devolvê-las às mãos de Jesus.
 Jesus nos diz que a ovelha que escuta a voz do seu pastor e o segue confia-se às suas mãos: “Ninguém vai arrancá-las de minha mão. Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai” (Jo 10,28-29). Quando acontecimentos parecem negar esta verdade? Quantos acidentes e quantos atos violentos arrancaram filhos de seus pais, pais de seus filhos, crianças e jovens do seio de suas famílias? Quantos acontecimentos parecem nos arrancar com violência das mãos de Jesus e nos fazer perder completamente a nossa paz?
Jesus sempre se confiou às mãos do Pai. Mesmo assim, teve sua vida por um momento arrancada e entregue à morte. Mas as mãos do Pai o arrancaram da morte e o ressuscitaram. Por isso, só ele pode dizer com segurança: “Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai” (Jo 10,29). Nenhum acontecimento, por mais ameaçador e destrutivo que seja, pode nos tirar da mão do Pai e das mãos de Jesus, a quem o Pai confiou cada um de nós.
Ao mesmo tempo em que o Evangelho nos convida a renovar o nosso compromisso de escuta e obediência para com a voz do nosso Pastor e professar a nossa fé na força da sua mão poderosa, ele nos pede também para sermos bons pastores, fazendo chegar a sua voz ao coração daqueles que à nossa volta estão perdidos, sem direção, arrancando aqueles que pudermos arrancar das mãos do mal, da injustiça e do sofrimento e devolvendo-os às mãos de Jesus, pois a nós também se dirige esta Palavra: “Eu te coloquei como luz das nações, para que leves a salvação até os confins da terra” (At 13,47).  
Rezemos especialmente hoje pelas vocações sacerdotais, religiosas e missionárias, para que não faltem ao rebanho pastores segundo o coração de Deus (cf. Jr 3,15), mulheres e homens portadores da Palavra capaz de devolver a direção, o sentido à vida da humanidade, para que todos reencontrem Aquele que é o verdadeiro e único Pastor, o Cordeiro, que “os conduzirá às fontes da água da vida. E Deus enxugará as lágrimas de seus olhos” (Ap 7,17). 

Pe. Paulo Cezar Mazzi

quinta-feira, 11 de abril de 2013

SEM AMOR, AS REDES FICAM VAZIAS


Missa do 3º. dom. da páscoa. Palavra de Deus: Atos dos Apóstolos 5,27b-32.40b-41; Apocalipse 5,11-14; João 21,1-19.

Na primeira vez que Jesus apareceu aos discípulos, após a ressurreição, Tomé não estava presente e não acreditou no testemunho que os discípulos deram: “Vimos o Senhor!” (Jo 20,25). Então, Jesus apareceu uma segunda vez aos discípulos, e fez questão de dizer a Tomé: “Não seja incrédulo, mas tenha fé!” (Jo 20,27). Agora, o Evangelho nos fala da terceira vez em que Jesus, após a ressurreição, aparece aos discípulos, e o objetivo dessa terceira aparição é falar ao coração de Pedro, o discípulo que havia negado Jesus três vezes na hora da cruz.
Após a ressurreição de Jesus, Pedro seguia sua vida com normalidade. Podemos perceber isso quando tomou a iniciativa: “Eu vou pescar” (Jo 21,3). Ele já era pescador antes de conhecer Jesus. Mas Jesus o havia convidado a segui-Lo e a se tornar pescador de homens (cf. Mt 4,18-20). Portanto, quando Pedro decide ir pescar, ele pode estar retornando à sua antiga profissão de pescador, ou simplesmente dando continuidade à missão que Jesus lhe confiou antes da Sua morte e ressurreição. O fato é que naquela noite os discípulos não pescaram nada (cf. Jo 21,3).
Pedro é a imagem de cada um de nós. Por bem mais de três vezes nós já negamos Jesus; já nos omitimos em falar d’Ele; já nos recusamos a trabalhar para Ele, seja por comodismo, seja para não corrermos o risco de sermos criticados pelas pessoas. Assim como Pedro, nós nos sentimos tentados a abandonar a missão que Jesus um dia nos confiou, ou a desempenhá-la por nós mesmos, sem uma união profunda com o Senhor por meio da oração. E quando fazemos isso, fracassamos.
O que há de errado com a nossa vida? Por que aquilo que estávamos habituados a fazer não funciona mais? Por que, apesar de estarmos trabalhando para Jesus, nos sentimos às vezes fracassados em nosso trabalho? Porque fazemos as coisas por nós mesmos, a partir de nós e não de Jesus; porque trabalhamos para Jesus sem a convicção de que Ele está vivo, ressuscitado junto de nós! A notícia da ressurreição de Jesus pode ter chegado aos nossos ouvidos, mas ainda não fez reviver o nosso coração de discípulos.
      Na medida em que a palavra de Jesus Ressuscitado penetrou no coração dos discípulos e eles a obedeceram, as redes se encheram de peixes (cf. Jo 21,6). Mas o objetivo de Jesus, nesta terceira aparição, era devolver o vigor e a fidelidade ao coração de Pedro. Como Pedro representa cada um de nós, é ao nosso coração que Jesus se dirige neste terceiro domingo da Páscoa, perguntando se nós O amamos mais do que as pessoas com as quais convivemos O amam. Se Jesus nos perguntasse se nós cremos n’Ele, talvez não fosse tão difícil responder. Mas Ele pergunta se nós O amamos. O amor é a única força capaz de nos fazer passar da morte para a vida (cf. 1Jo 3,14). Quando o amor se enfraquece ou morre em nós, tudo à nossa volta se enfraquece e morre. Se as nossas redes estão vazias não é porque não estamos fazendo bem o nosso trabalho, mas porque o fazemos sem amor, sem um amor verdadeiro por Jesus Cristo.
     Na medida em que Pedro, com sinceridade, declara o seu amor por Jesus, Jesus lhe responde: “Apascenta os meus cordeiros... Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21,15.16.17). O amor não é apenas um sentimento, mas uma atitude que nasce de um sentimento. Quem ama, cuida. Somente quando amamos Jesus é que nos envolvemos no cuidado com as pessoas que Ele nos confia, assim como nos envolvemos no cuidado com a Sua Igreja.
Ao terminar seu diálogo com Pedro, e com cada um de nós, Jesus deixa claro que o amor por Ele implicará algum tipo de sofrimento para nós. Em nossa vida de discípulos, chegará o momento em que nos levarão para onde não queremos ir (cf. Jo 21,18). Por causa do nosso amor por Jesus Cristo e pelo Seu Evangelho, nós experimentaremos a morte, no sentido de sermos ignorados e desprezados, ou quem sabe até mortos pelo mundo! Mas isso servirá para glorificarmos a Deus. Independente do quê nos aguarda no caminho de discípulos, Jesus nos diz: “Siga-me” (Jo 21,19). Siga-me, mesmo na sua fraqueza, nos seus tropeços, no seu amor inconstante por mim. Siga-me, também quando você for obrigado a fazer coisas que não gostaria, quando tiver que sofrer por causa de Mim (cf. At 5,40-41). Siga-me confiando que, se à tarde o pranto vier te visitar, de manhã a alegria virá te saudar, e o teu pranto será transformado em uma festa (cf. Sl 30,6.12). Siga-me, esperando com plena confiança o dia da tua ressurreição!     

 Pe. Paulo Cezar Mazzi

quinta-feira, 4 de abril de 2013

RESISTIR, COMO SE VISSE O INVISÍVEL




Missa do 2º. dom. de Páscoa. Palavra de Deus: Atos dos Apóstolos 5,12-16; Apocalipse 1,9-11a.12-13.17-19; João 20,19-31.

      Oito dias após a Páscoa, Jesus Ressuscitado faz questão de se encontrar com Tomé, o discípulo que impôs uma condição para crer na ressurreição: “Se eu não vir... não acreditarei” (Jo 20,25). Como anda a sua fé? Você também costuma impor condições para crer em Deus, para crer nas Suas promessas, na Sua palavra? Você se identifica com Tomé, como um cristão que sustenta a sua vida apenas por aquilo que vê, ou se identifica como um verdadeiro cristão, que sustenta sua vida por aquilo que crê?
Estamos no Ano da Fé, vivendo numa época em que inúmeros acontecimentos vão contra a nossa fé, porque destroem todas as imagens que temos de Deus – o Deus que se revela na Sagrada Escritura como Amor, Misericórdia, Bondade, Compaixão, Justiça, Providência... Mas não são apenas determinados acontecimentos externos que agem contra a nossa fé. A maneira como o próprio Deus se revela a nós também desafia a nossa fé, quando Ele diz que é “um Deus que se esconde” (Is 45,15) ou quando Ele deixa claro que Seus pensamentos e Seus caminhos não são os nossos (cf. Is 55,8).
Muitas pessoas têm desistido de crer, seja por causa de certos acontecimentos dolorosos, sofridos, absurdos, seja pela maneira como Deus é, misterioso, inacessível, não enquadrado nos nossos esquemas, não cabível nas nossas medidas, um Deus a Quem não podemos de forma alguma ver, no sentido de controlar, mas apenas escutar, no sentido de obedecer. É por isso que a fé se apresenta como algo que nos desafia. A fé, quando autêntica, me coloca no espaço correto da relação com Deus, o espaço da obediência, não do controle.
“Se eu não vir... não acreditarei” (Jo 20,25). Se Deus não Se revelar a mim como eu espero, não terei mais fé n’Ele... Se Deus não remover todas as pedras do meu caminho, não curar todas as minhas feridas, não eliminar todos os meus inimigos e não responder a todas as minhas perguntas, não acreditarei mais n’Ele... Esses exemplos bastam para perceber o quanto somos parecidos com Tomé, o quão facilmente desistimos da nossa fé e passamos a trabalhar contra nós mesmos, esquecendo-nos de que, sem a força da fé, “a vida facilmente se torna um arco cuja corda está arrebentada e do qual nenhuma flecha pode ser lançada” (Henri Nouwen, O sofrimento que cura, p.25).
Esta imagem do arco que se tornou incapaz de lançar uma flecha – imagem de uma pessoa que decidiu seguir pela vida sem a força da fé – contrasta com a imagem de Moisés, lembrado como exemplo de fé para nós na carta aos Hebreus: “Foi pela fé que (Moisés) deixou o Egito, sem temer o furor do rei (o exército do Faraó que se pôs a persegui-lo), e resistiu, como se visse o Invisível” (Hb 11,27). A fé é isso: você caminha na vida por aquilo que crê, não por aquilo que vê; você caminha na vida como se visse o Invisível, resistindo às pancadas que leva, às ameaças que sofre, não se deixando vencer por aquilo que tenta te convencer de que você está caminhando na direção do nada.
Jesus hoje diz a cada um de nós o que disse a Tomé: “Não sejas incrédulo, mas tenha fé” (Jo 20,27). Mesmo diante de tantos acontecimentos que parecem enterrar na morte tudo o que você faz em favor da vida, “não tenhas medo. Estive morto, mas agora estou vivo para sempre. Eu tenho comigo as chaves da morte e da região dos mortos” (Ap 1,17-18). Mesmo se você trancar a porta da sua vida para a fé, mesmo se decidir morrer para a sua fé, Eu tenho as chaves e posso tirar você de dentro da morte da sua fé. Ainda que você não possa Me ver, lembre-se de que “felizes (são) os que creram sem terem visto” (Jo 20,29). Felizes os que, mesmo enfrentando tribulações por causa da Palavra de Deus e do testemunho de fé em Mim, perseveraram na sua fé (cf. Ap 1,9). Felizes os que, meditando a cada dia nos Evangelhos, acreditaram em Mim e, crendo, receberam uma nova vida em Meu nome (cf. Jo 20,31).
    Com a nossa Igreja, coloquemo-nos diante de Jesus Misericordioso e clamemos: "Creio em Ti, Ressuscitado, mais que São Tome, mas aumenta na minh'alma o poder da fé! Guarda a minha esperança, cresce o meu amor. Creio em Ti, Ressuscitado, meu Deus e Senhor!"
  Pe. Paulo Cezar Mazzi