Missa do 2º.
dom. comum. Isaías 49,3.5-6; 1Coríntios 1,1-3; João 1,29-34.
Por que você nasceu? Por que você
existe? Segundo a Biologia, no momento da ejaculação 300 milhões de
espermatozóides correm para fecundar o óvulo, mas somente um consegue, o que significa
que você foi uma escolha da vida entre trezentos milhões de outras
possibilidades. Então, por que a vida escolheu você e não outra pessoa? A
resposta a essa pergunta nos é oferecida hoje pela Palavra de Deus: “Ele (o
Senhor)... me preparou desde o ventre materno para ser seu servo” (Is 49,5). No
princípio de tudo, no princípio da existência de cada um de nós não está o
acidente, o acaso, a coincidência, mas o desejo de Deus, a escolha que Ele fez
de cada um de nós. Ele nos escolheu para uma missão.
Quando o Papa Francisco escreveu “A
Alegria do Evangelho”, teve a felicidade de usar uma expressão maravilhosa: “Eu sou uma missão nesta terra e por isso
estou neste mundo” (EG 273). Você nasceu não apenas porque tem uma missão; você é uma missão; sua existência neste
mundo é única e vai deixar uma marca única de Deus para a humanidade. Deus
escolheu você para ser um servo Seu. Perceba que a palavra “servo” se repetiu
três vezes na primeira leitura. Para os tempos atuais, não é uma palavra
simpática, mas vista de maneira negativa, depreciativa. No entanto, aos olhos
de Deus ela se reveste de um importante significado: ser servo é ser escolhido
e preparado para a missão de reconduzir
as pessoas para a verdade, para a luz, para a libertação, para a salvação.
Fica fácil perceber que a palavra
“servo” se encontra dentro da palavra “serviço”. Jesus é, por excelência, o
“Servo” do Pai e quis que nós seguíssemos o seu exemplo, ao dizer: “Eu estou no
meio de vocês como aquele que serve” (Lc 22,27). No entanto, no mundo atual, muitas
pessoas desenvolveram a habilidade de perverter o “serviço” em “cargo” (poder).
Desse modo, na nossa e em outras igrejas, muitos ambicionam cargos, mas poucos
desejam servir. Essa ambição frequentemente se apresenta travestida de “amor à
Igreja”, quando, na verdade, é amor ao próprio ego, amor a uma necessidade
doentia de ocupar um cargo, de sentir-se superior, de servir-se dos outros para
realizar o seu projeto pessoal de vida.
Por decepção com as pessoas ou com o
mundo; por cansaço, por esgotamento ou por não ver “resultados” em sua missão,
infelizmente muitos deixaram de servir; se tornaram pessoas até mesmo amargas,
descrentes, desencantadas em relação à própria missão. Se você às vezes se
sente assim, medite sobre essas palavras da Santa Madre Teresa de Calcutá: “O que você levou anos para construir, alguém
pode destruir de uma hora para outra. Construa assim mesmo... O bem que você
faz hoje, pode ser esquecido amanhã. Faça o bem assim mesmo. Dê ao mundo o
melhor de você,
mas isso pode não ser o bastante. Dê o melhor de você assim mesmo. Veja você que, no final das contas, é tudo entre você e Deus. Nunca foi entre você e os outros”.
mas isso pode não ser o bastante. Dê o melhor de você assim mesmo. Veja você que, no final das contas, é tudo entre você e Deus. Nunca foi entre você e os outros”.
Os textos bíblicos de hoje também
nos colocam diante de outro servo de Deus: o apóstolo Paulo. Ele tinha a
consciência de ser chamado a ser apóstolo pelo próprio Deus e não por uma
ambição pessoal ou pela escolha dos homens. E ele nos disse uma coisa muito
importante: nós, cristãos, fomos chamados pelo mesmo Deus a uma vida de
santidade, santidade que significa pertencer a Deus e não ao mundo; santidade
que significa procurar pautar a nossa vida pelo Evangelho e não pelo “todo
mundo faz isso”.
Por fim, o Evangelho nos coloca
diante do testemunho de João Batista em relação a Jesus. Esse testemunho nos
lembra que a nossa missão é ser, com todos os nossos limites e imperfeições, um
sinal que aponta constantemente para Jesus Cristo, ajudando com que as pessoas
do nosso tempo se encontrem com “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”
(Jo 1,29). O problema é que designar Jesus como “Cordeiro” não diz muito ao
nosso mundo atual. Por isso, temos que recordar que, assim como o cordeiro
pascal esteve presente no momento em que os hebreus foram libertos da
escravidão do Egito (cf. Ex 12,1-28), assim Jesus é o Cordeiro que nos faz
realizar a nova e definitiva Páscoa, a passagem da escravidão, onde deixamos de
viver submetidos ao domínio do pecado, para uma vida que se deixa conduzir pelo
Espírito de Deus, Espírito que sustentou Jesus em sua missão e que hoje
sustenta a nós, discípulos Seus.
Se o pecado ainda se faz presente no
coração de cada um de nós e nas estruturas da nossa sociedade, é porque a nossa
luta contra ele segue como uma tarefa diária, como diz a carta aos Hebreus: “(...)
deixemos de lado tudo o que nos atrapalha e o pecado que se agarra firmemente
em nós e continuemos a correr, sem desanimar, a corrida marcada para
nós. Conservemos os nossos olhos fixos em Jesus, pois é por meio dele que
a nossa fé começa, e é ele quem a aperfeiçoa” (Hb 12,1-2). Renovemos a nossa
adesão ao Espírito Santo, com O qual Jesus nos batizou. Retomemos a cada dia a
consciência da missão viva que somos como pessoas e a fidelidade ao serviço que
o Senhor nos chamou a realizar, para que a Sua salvação chegue aos confins da
terra (cf. Is 49,6).
Para a sua
oração pessoal: Coração adorador (Banda Dom)
Pe. Paulo Cezar Mazzi
Serviu muito pra mim não dia de hoje ....Estou meio desanimado com o trabalho de coordenador na minha paroquia....
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