sexta-feira, 13 de novembro de 2015

DEPOIS DO "FIM"

Missa do 33º. dom. comum. Palavra de Deus: Daniel 12,1-3; Hebreus 10,11-14.18; Marcos 13,24-32.

            “O céu e a terra passarão” (Mc 13,31). Todo espetáculo, todo show, toda novela, todo filme, todo livro, toda história tem um fim. O fim é desejado e esperado com ânsia por alguns – os que sofrem, os que estão doentes, os que perderam alguém, os que estão no meio da guerra/da violência, os que estão tristes ou injustiçados etc. Mas o fim também é temido e nada desejado por outros – os que estão felizes, em “lua-de-mel” com a vida, desfrutando de suas conquistas e de sua prosperidade.
           Queiramos ou não, desejemos ou não, o fim é uma realidade. Ele nos diz que, enquanto estamos aqui, nada é definitivo; nenhuma situação que vivemos – boa ou ruim – é definitiva. Tudo vai passar. Mas, passar em que sentido? Tudo vai passar por uma transformação. Tudo tende para um desfecho. Sim, mas qual desfecho? Segundo Jesus, o desfecho é esse: depois da grande tribulação, as luzes se apagarão. Então, nós O veremos vindo nas nuvens com grande poder e glória. Será o momento em que os anjos recolherão os eleitos de Deus da face da terra (cf. Mc 13,24-27).  
            Para o profeta Daniel, o fim será precedido por um tempo de grande angústia. Isso coincide com o que Jesus chama de “grande tribulação”. Embora essa profecia soe muito negativa, o tempo da grande angústia ou da grande tribulação é muito importante, pois “nesse tempo, teu povo será salvo” (Dn 12,1). No meio da angústia e da tribulação que se abaterá sobre a humanidade, se levantará Miguel, cujo nome significa “Quem é (forte/poderoso) como Deus?”. A pergunta “Quem é como Deus?” se dirige a cada um de nós: Quem é a tua força, o teu porto seguro, a tua segurança, o teu apoio, a tua esperança? Às mãos de quem você se confia, neste tempo da angústia e de tribulação?
            Em meio à sua angústia e à sua tribulação, o salmista declara: “Meu destino está seguro em vossas mãos” (Sl 16,5). Consciente de que até mesmo a sua vida terrena teria um fim, ele proclama: “Não haveis de me deixar entregue à morte, nem teu servo conhecer a corrupção” (Sl 16,10). Tendo a convicção de que o fim é apenas um desdobramento, ele afirma: “Vós me ensinais vosso caminho para a vida” (Sl 16,11).  
            Por meio dos acontecimentos e, sobretudo, por meio da transitoriedade de todas as coisas, Deus tem nos ensinado o caminho para a Vida. Estamos aprendendo o Seu ensinamento? Estamos procurando viver segundo o bem, a verdade e a justiça, para que o nosso nome seja inscrito no livro da Vida (cf. Dn 12,1)? No meio da noite escura, isto é, convivendo com tantas pessoas que desistiram da bondade, da justiça e da verdade, nós estamos procurando manter a nossa luz acesa, como a de uma estrela que brilha num céu totalmente escuro? (cf. Dn 12,3).  
            “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão” (Mc 13,31). Jesus é a palavra definitiva do Pai para a humanidade: palavra que cura o doente, que perdoa o pecador, que corrige o injusto, que cala a voz do mal; palavra que abre os olhos e alarga o horizonte de visão, que faz sair do túmulo e faz passar da morte para a vida, que julga as intenções do coração de cada um; palavra que nos garante que, depois do fim de todas as coisas, nos aguarda o encontro com ele, Jesus, e o Pai.

            Oração: Pai, este é um tempo de muitas incertezas; um tempo forte de angústia e de grandes tribulações. Justamente porque ele também está sendo um tempo de perda de fé para muitos, eu Te peço por minha fé. Agarro-me em Tuas mãos e declaro que a minha vida, o meu destino, o meu “fim”, o desdobramento da minha vida está em Tuas mãos. Ninguém é como Tu! Ninguém é forte, poderoso, misericordioso e amoroso como Tu. Estende a Tua mão poderosa sobre a humanidade, Pai. Resgata os que estão no pó da terra. Põe fim às lutas, às guerras, à corrupção, à impunidade! Põe fim à dor, ao sofrimento, à tristeza, ao desespero! Põe fim ao mal que, embora vencido na cruz de Teu Filho, grita como um desesperado, e no seu desespero ainda fere a muitos. Venha a nós o Teu reino! Venha a nós o Teu Filho Jesus, salvador e redentor de todo ser humano. Venham a nós o novo céu e a nova terra que a Tua palavra nos prometeu, onde habitará a justiça! (cf. 2Pd 3,13). Que o meu coração se prepare a cada dia para o encontro com Teu Filho Jesus. Amém!

                                                                    Pe. Paulo Cezar Mazzi

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