Missa do 29º. dom. comum. Palavra de Deus: Êxodo 17,8-13; 2Timóteo
3,14 – 4,2; Lucas 18,1-8.
“(...) a
necessidade de rezar sempre, e nunca desistir” (Lc 18,1). Jesus nos diz que a
oração é necessária. Não diz que ela é boa, ou que pode nos fazer bem, ou que
pode nos fortalecer e nos ajudar. Ele diz: é
necessário, é preciso que você tenha uma vida de oração e não desista dela
nunca! Se a oração é necessária para a vida de cada um de nós, então não se
trata de rezar se eu tenho vontade,
mas de rezar porque eu necessito,
porque a oração é absolutamente
necessária para a minha vida.
A necessidade da
oração em nossa vida apareceu no relato da luta de Israel contra os amalecitas.
“Enquanto Moisés conservava a mão levantada, Israel vencia; quando baixava,
vencia Amalec... Ora, as mãos de Moisés tornaram-se pesadas” (Ex 17,11-12). As
mãos levantadas de Moisés são símbolo da oração. Assim como Moisés, nós levantamos
as mãos para o céu quando rezamos. Mas chega um momento em que as nossas mãos
“se tornam pesadas”; chega um momento em que nos cansamos de rezar porque não
vemos o resultado da nossa oração. E aí desistimos de rezar.
Quando as mãos de
Moisés se abaixavam, Israel começava a ser derrotado por Amalec. Da mesma
forma, quando abandonamos a nossa vida de oração, começamos a ser derrotados
pelos nossos inimigos, simplesmente porque nos desconectamos da força do Alto,
que nos é dada na oração. Percebendo o cansaço de Moisés, Aarão e Ur foram
criativos e ajudaram Moisés a retomar a sua oração, até que Israel venceu
Amalec (cf. Ex 17,12-13). Nós nos animamos mutuamente na oração? Você reanima
as pessoas que estão esfriando na vida de oração? Você é criativo(a) na sua
oração?
A nossa oração
está vinculada à nossa fé. O mesmo Jesus que inicia o Evangelho de hoje falando
da necessidade de rezar sempre e nunca desistir, termina perguntando se quando
Ele voltar encontrará fé sobre a terra (cf. Lc 18,8). Se nós esfriamos na
oração é porque esfriamos na fé. Quem abandona a oração é porque está abandonando
também a sua fé. Jesus diz que nunca devemos desistir de rezar. Quando você
desiste da oração, você não desiste apenas de Deus, mas desiste de si mesmo(a).
Quando você desiste de rezar sobre determinado problema, você desiste de
resolver aquele problema e se deixa vencer por ele.
Muitos desistiram
da sua fé, desistiram de rezar porque não foram atendidos por Deus em suas
orações, porque se sentiram desprezados por Ele, como esse juiz desprezava essa
viúva, na parábola do Evangelho. Talvez você também se sinta assim. Talvez você
também se pergunte: Por que rezar a um Deus aparentemente cego, surdo e
indiferente ao meu sofrimento? Por que rezar a um Deus que me despreza na minha
dor? Por que voltar a rezar a um Deus que, quando mais precisei e supliquei por
Ele, virou as costas para mim e deixou meu filho/minha mãe/meu amigo morrer?
Você pode ter muitos motivos
para abandonar sua vida de oração. Mas, tome cuidado com uma coisa: há alguém
muito interessado nisso. Quando você reza, está abrindo espaço para Deus em sua
vida. Quando você abandona sua oração, o espaço que em sua vida deveria ser
ocupado por Deus passa a ser ocupado pelo inimigo de Deus. Ele, o maligno, é o
mais interessado em que você abandone sua oração...
A oração sempre foi e sempre
será uma luta. Primeiro, lutamos contra a nossa preguiça, contra a nossa falta
de disciplina espiritual, contra as nossas distrações. Além disso, lutamos com
Deus – a luta entre a nossa vontade e a vontade d’Ele, entre as nossas
urgências e o tempo d’Ele. Jacó também lutou com Deus na sua oração, e a sua
persistência ficou gravada para sempre na Escritura como exemplo para todos nós,
quando disse a Deus: “Eu não te deixarei, enquanto não me abençoares” (Gn
32,27). Poderíamos também dizer: ‘Eu não deixarei de clamar, até que me
respondas, ainda que a resposta não seja o que eu estou pedindo’.
Jesus termina este Evangelho garantindo que Deus
fará justiça aos Seus filhos que por Ele suplicam dia e noite. Ele cumprirá
cada uma das Suas promessas, mas só aqueles que guardaram a sua fé verão isso.
Só aqueles que não fizeram “corpo mole” e não desistiram de lutar com Deus,
experimentarão a Sua bênção. Só aqueles que, apesar de terem motivos, não
desistiram de Deus, nem desistiram de si mesmos, é que alcançarão a realização
das promessas de Deus em sua vida. Rezemos pela fé no coração de cada jovem,
pois hoje é o Dia Nacional da Juventude. Hoje é também o Dia Mundial das
Missões. Rezemos pelos missionários, para o fortalecimento da fé neles, para
que suas mãos não se cansem de rezar e de trabalhar pela evangelização dos
povos.
Pe. Paulo Cezar Mazzi
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